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Policiais acusados de homicídio serão julgados novamente

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A 4ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua realiza novo julgamento dos sete policiais militares acusados pelo assassinato de Hélio Galdino de Souza, na próxima sexta-feira (22/05), às 9h. O crime aconteceu durante uma operação policial em maio de 1998, na periferia de Fortaleza. Os acusados foram condenados, em 2002, por homicídio simples com uma pena de seis anos de reclusão, mas em recurso de apelação da defesa, o Tribunal de Justiça do Ceará decidiu pelo novo julgamento, sob a alegação de que os réus foram julgados contra a prova dos autos.
No dia 3 de maio de 1998, Antônio Clairton Alves de Abreu, Antônio Arnon Simão da Silva, Emerson Aurélio Pinto, José Adilson Feijó, Fernando Barroso Filho, Amaurílio Batista dos Santos e José Cícero Rodrigues, policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), participaram de operação depois de receberem um chamado dando conta de que um homem visivelmente alterado estaria mantendo a filha de três meses como refém, com uma faça no pescoço, na comunidade Lagoa do Coração, na Praia do Futuro.
Segundo os autos do processo, a vítima, Hélio Galdino, teria agredido alguns familiares, antes, e na iminência de ser preso, resolveu fazer a filha de refém, o que motivou a presença dos policiais no local. Consta também no processo que depois de duas horas de negociação entre os policiais e a vítima, inclusive com a presença de um pastor evangélico que tentou mediar um acordo – os policiais invadiram o local e efetuaram dois disparos fatais contra Hélio Galdino.
A alegação da defesa dos policiais é de que os mesmos agiram no sentido de resguardar a vida da criança, o que era mais importante naquele momento e devido à ausência de acordo, decidiram invadir a casa no estrito cumprimento do dever legal. A acusação alega, porém, que Hélio Galdino já estaria dominado antes de ter sido assassinado.
O julgamento será presidido pelo juiz José Barreto de Carvalho Filho. A acusação será feita pelo promotor de Justiça, Alcides Evangelista e a defesa dos réus será patrocinada pelo defensor público Átila Bezerra.