Menino Daniel teria sido levado da Barra do Ceará
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- 03-02-2011
03.02.2011 24 horas
O drama de não saber se o filho está realmente morto ou não continua maltratando a família do garoto Francisco Daniel Alves Prado,, em Itatira, município distante 216 quilômetros de Fortaleza. O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público do município cearense e pela delegacia de Araçoiaba da Serra, no interior de São Paulo.
Amigos da família de Daniel contaram ontem que os parentes souberam que o garoto fora levado, anos atrás, de uma casa localizada na Barra do Ceará, em Fortaleza. De acordo com os parentes, um caminhoneiro chamado Ivan, que teria levado o menino, achou a criança nesta casa e resolveu cuidar dele.
Esta versão se confunde com a história inicial de que Daniel teria passado dias pedindo esmolas na rua até ser achado pelo caminhoneiro. As informações sobre a presença do garoto na Barra do Ceará, porém, não foram confirmadas pelas autoridades que investigam o caso.
De acordo com o auxiliar da Promotoria de Justiça de Itatira, que preferiu não se identificar, será preciso abrir um inquérito policial. A família de Daniel Alves, em Itatira, precisa registrar um boletim de ocorrência para dar celeridade às investigações. A previsão é que o procedimento seja realizado hoje, na delegacia de Canindé.
“A família já foi orientada a procurar uma delegacia. Já tomamos o depoimento da família noticiando a possibilidade de a criança estar viva em outro estado. Estamos aguardando mais informações para fortalecer o caso”, comenta o auxiliar.
Ele explica que deverá ser feito intercâmbio entre o Ministério Público e a delegacia de Araçoiaba da Serra para reunir todos os dados já coletados.
Incerteza
Na edição de ontem, O POVO noticiou a história da mãe que sofre com a incerteza do paradeiro do filho. Em 1999, a certidão de óbito atestava que o menino foi morto por queimadura de terceiro grau após ser vítima de uma explosão, em Itatira.
Onze anos depois, uma ligação de Cristina Borges, de São Paulo, gerou dúvidas sobre o caso. Ela afirmou ter conhecido um garoto com o mesmo dado cadastral de Daniel Prado. Cristina teria sido namorada do caminhoneiro Ivan e ajudado a matricular o menino em uma escola.
Quando ligou para o cartório de Itatira, pedindo a segunda via do registro de nascimento do menino, a funcionária percebeu que era o mesmo dado como morto anos antes. Cristina tinha o nome completo de Daniel, dos pais biológicos, além da data de nascimento e a cidade de origem do garoto.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O menino Daniel teria morrido de forma trágica em 1999, aos 4 anos de idade, em Itatira (CE). Onze anos depois, a família é informada de que existe a possibilidade de ele estar vivo e morando no interior de São Paulo, em Araçoiaba da Serra.
Daniela Nogueira
danielanogueira@opovo.com.br
Viviane Gonçalves
vivi@opovo.com.br