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Mendes e Lula minimizam crise

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24.04.09
Brasília. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, negou ontem que exista uma crise institucional na Suprema Corte. Mendes, que protagonizou um bate-boca na sessão de quinta-feira com o colega Joaquim Barbosa disse que o assunto está ´superado´ e que o importante é reconhecer que o trabalho do STF tem sido exemplar.
Para o presidente, o episódio não deixa marcas. ´Sobre este assunto não vou falar. Está superado. Não há crise, não há arranhão. O tribunal tem trabalhado muito bem. Nós temos resultados expressivos. Vocês podem avaliar que a imagem do Judiciário é a melhor possível´, disse o ministro.
Questionado se o cancelamento da sessão de ontem teria sido motivado pela troca de ofensas, Mendes desconversou. ´Houve uma decisão da Corte nesse sentido´, afirmou. O mal estar teve início depois que Mendes, ao proclamar o resultado de um julgamento, fez críticas à visão apresentada por Barbosa sobre o caso. O ministro reagiu cobrando respeito de Gilmar Mendes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou ontem sobre o incidente no STF. Ele afirmou em Buenos Aires que a troca de ofensas entre os ministros não representa uma ´crise institucional´.
No entanto, ele criticou a discussão na frente da imprensa. ´Esse tipo de briga, assistida por toda a sociedade brasileira, ajuda a sociedade, a democracia, muito bem. Mas eu creio que, quando nós temos determinadas funções, é importante que a gente diga tudo o que quiser nos autos do processo e não pela imprensa´, disse Lula
O presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), Mozart Valadares, lamentou o tom da discussão e disse que Joaquim usou palavras impróprias. Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, também criticou a briga e acredita que ela afeta a credibilidade do Judiciário.