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Lara França chora e nega a morte da mãe adotiva

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16.12.09
A Justiça começou a julgar, ontem (15/12), a estudante Lara França Rocha, 22, acusada de ter provocado a morte de sua mãe adotiva, a aposentada Iracema Carvalho Lima, 73. O crime ocorreu no ano passado. A sessão teve início no começo da tarde, com previsão de término para a madrugada desta quarta-feira. Lara é acusada de ter praticado homicídio qualificado, cuja pena varia de 12 a 30 anos de prisão em regime fechado.
Até por volta das 23 horas de ontem, defesa e a acusação ainda estavam envolvidas nos debates (réplica e tréplica), depois de terem sido ouvidas seis testemunhas de acusação. Os promotores Joseana França e Humberto Ibiapina tentavam convencer os jurados de que as provas colhidas ao longo das investigações não deixaram dúvidas quanto à materialidade do crime e sua autoria.
Já os advogados da defesa, Cristian Abreu e Alessandro do Carmo Batista, levantaram a tese de negativa de autoria. Para eles, foi forçada a confissão que a estudante fez do crime.
Advogado
Ao ser interrogada em plenário, Lara França contou uma versão que surpreendeu a todos os presentes no Fórum Clóvis Beviláqua. Disse que foi coagida pelo advogado da família de sua mãe adotiva a confessar o crime na Polícia. Seu depoimento no 4º DP (Pio XII), dias após a morte da aposentada, teria sido tramado pelo advogado e este teria lhe chantageado, exibindo fotos íntimas suas e afirmando que se ela não confessasse o crime, outras pessoas de seu círculo de amizade seriam ´prejudicadas´ e implicadas no assassinato. Afirmou ainda que Iracema havia tentado se matar por três vezes, devido a sérios problemas de depressão.
Na presença do juiz José de Castro Andrade, titular da 4ª Vara do Júri, prestaram depoimento seis testemunhas da acusação, entre elas, um perito criminal que fez os levantamentos no local do crime, o porteiro do prédio onde a vítima e a acusada moravam (no bairro Dionísio Torres), a mulher do síndico do edifício e um frentista, que teria vendido gasolina à estudante antes que o apartamento fosse envolvido pelas chamas. O perito Antônio Francisco Sampaio Neto descartou a possibilidade de o incêndio ter sido provocado por um curto-circuito e garantiu ter encontrado indícios da presença de gasolina no imóvel incendiado.
Expectativa
Logo após ser interrogada, Lara chorou muito sentada ao lado da tribuna onde estavam seus advogados. Em entrevista à TV Diário, no dia anterior, ela negou ter praticado o crime e revelou que estava com medo de morrer. O julgamento foi assistido por familiares da vítima e dezenas de advogados, estudantes de Direito e curiosos. A sala onde ocorreu a audiência ficou completamente lotada.
Assassinato
Crime brutal
madrugada do dia 23 de julho de 2008. A aposentada Iracema Carvalho Lima, 73 anos, foi socorrida pelos vizinhos, pois o quarto onde ela dormia ardia em chamas. O fogo queimou praticamente o corpo inteiro da vítima. Ela foi levada para o hospital, mas não resistiu. A Polícia Civil, através do 4º DP (Pio XII), logo instaurou um inquérito e concluiu que o crime foi praticado pela filha adotiva da anciã, a universitária Lara França Rocha, 21, que sumiu após o fato. No dia 15 de agosto, a Polícia prendeu Lara. Ela estava escondida no apartamento de uma amiga, na Praia do Futuro. Na delegacia, ela confessou o crime com todos os detalhes. Depois, voltou atrás, dizendo ter sido forçada a confessar tudo.