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Família pede justiça após 3 anos de espera

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Polícia 20.06.10
O processo que apura a morte do estudante Antônio Neilton Farias continua na fase de instrução criminal
Três anos depois da trágica morte do estudante universitário Antônio Neilton Farias, 24, em uma topique, quando voltava para casa, a família ainda espera por respostas da Justiça. Neilton foi vítima de um tiro disparado pela Polícia, que cercou a topique em que o jovem estava no momento em que o veículo havia sido invadido por assaltantes, na noite do dia 12 de junho de 2007. Houve a ocorrência de vários disparos e dois acertaram o rapaz, no braço e na cabeça, tirando-lhe a vida.
O jovem morreu no hospital, na madrugada do dia 13 de junho de 2007. Todo dia 13, a mãe costumava rezar para Nossa Senhora de Fátima e, agora, isso virou um sofrimento. “Todo dia 13 ela sente dores de cabeça, pelo corpo. Ela nunca mais conseguiu trabalhar depois que perdemos nosso filho”, contou o pai, Antônio Milton de Sousa, em entrevista ao jornal, na última sexta-feira.
O pai busca forças para acompanhar o processo, que está parado na 5ª Vara do Júri desde dezembro do ano passado. “Estava caminhando até a saída do juiz Jucid Peixoto do Amaral para ser desembargador. Depois disso, como nenhum juiz assumiu ainda a Vara como titular, o processo parou, não houve mais audiência. Falta o mais importante, o interrogatório dos policiais envolvidos na ocorrência. Já se passaram três anos e ainda estamos na fase de instrução criminal”, disse Milton.
No domingo passado, mais um ano completo do caso e Milton passou o dia com a família, em casa, relembrando os momentos felizes com o filho. “Se estivesse vivo, Neilton teria se formado em Administração de Empresas no início deste ano. A turma dele prestou-lhe uma bela homenagem, na formatura, colocando o nome dele na turma, sua foto no telão naquele dia de festa. Ficamos todos emocionados, pensando no futuro que nosso filho deixou de ter, nos sonhos que alimentava, na vida correta que levava, para a qual o educamos”, lamentou.
Com a foto de Neilton nas mãos, o pai clamou mais uma vez por atenção das autoridades. “Nós da família pagamos nossos impostos, somos pessoas de bem. Será que além da dor de perdermos um filho querido teremos que passar pela angústia de suportar essa espera que não acaba? Teremos que ver a impunidade?”, questionou.
O caso
A morte de Neilton provocou grande comoção na época em que ocorreu. O jovem estava dentro de uma topique quando o veículo foi invadido por três assaltantes no Dionísio Torres.
Os bandidos desviaram a rota da topique e o fato chamou a atenção de outros motoristas, que acionaram a Polícia. Uma equipe da PM, no bairro da Serrinha, passou a seguir o veículo, que foi levado para dentro de um matagal, pelo motorista, por ordem dos assaltantes.
A PM cercou a topique e disparos aconteceram. Um dos tiros acertou a cabeça de Neilton. Dias depois, os assaltantes Fábio Sousa Lima, Francisco Daniel Duarte e Lydenyson Machado de Sousa foram presos. A bala que ficou alojada no braço do jovem, conforme as investigações, foi disparada pelo policial militar Francisco das Chagas Tenório. A bala que transfixou a cabeça de Neilton nunca foi encontrada.