04.10.2010 polícia
No fim da manhã, chegou à Casa de Privação Provisória de Liberdade Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros Leal (CPPL de Caucaia) o desembargador Ademar Mendes Bezerra, corregedor regional eleitoral e vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Durante 25 anos, Ademar Bezerra foi juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) – oito em Baturité e 17 em Fortaleza – e acompanhou o dia a dia do Sistema Penitenciário.
“O exercício do voto pelo preso provisório demonstra que o preso é ordeiro”, destacou. Antes de acompanhar por alguns minutos a votação, o desembargador conversou com os detentos que aguardavam na fila e foi ouvido em silêncio por eles.
Para Ademar Bezerra, o número de presos votantes no próximo pleito deverá ser bem maior. O diretor da CPPL, Marcius Borges, concordou. “A resolução (permitindo o voto do preso) saiu muito perto das eleições e tivemos pouco tempo para organizar tudo. Aqui na CPPL de Caucaia, por exemplo, saímos de cela em cela perguntando aos presos quem ia querer votar. Depois, tivemos que providenciar os documentos dos eleitores. Só foi possível alcançar um número mais alto de detentos votando porque desenvolvemos um trabalho intenso em conjunto com o juiz da zona eleitoral da área”, ressaltou.
Para o desembargador Ademar Bezerra, é fundamental que se preserve o direito dos presos ao voto. “Enquanto o detento não está condenado definitivamente e perde o seu direito político, conforme previsto na nossa Constituição Federal, ele deve poder escolher seus candidatos”, avaliou.
OAB
Para o coordenador do plantão da eleição na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará, José Maria Rios, o pleito transcorreu de forma tranquila no Estado. A entidade recebeu cerca de 250 queixas e pedidos de informação de eleitores. “Não houve incidentes”, disse. A OAB recebeu elogios e agradecimento da Presidência do TRE.