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Custodiados da Justiça ocupam alas dos doentes mentais em Messejana
Servidores do Hospital já relatam situações de insegurança
10.03.2011
Por: Beth Rebouças
O Sindicato Mova-se denuncia que a insegurança ronda o Hospital Mental de Messejana. Servidores estão sendo obrigados a conviver com todo tipo de custodiados da Justiça sem a segurança necessária para preservar suas próprias vidas e a dos demais internos e acompanhantes.
Com a lotação do Setor de Drogaditos, onde são internados os viciados, os presos passaram a ocupar também as alas reservadas aos doentes mentais. Como não é permitida a revista de porte de armas dentro da unidade ou a presença de policiais, o perigo é real, ressalta o coordenador João Batista.
Em contato com o Hospital, a diretora Magali Mendes, não estava e a assistente que atendeu, disse que não tinha autorização para dar qualquer esclarecimento. Orientou que ligássemos amanhã. Mesmo assim, ela confirmou que a unidade interna os pacientes enviados pela Justiça, geralmente dependentes químicos e os punidos com a Lei Maria da Penha. ?A Justiça manda e nós não podemos deixar de atender?, justifica.
Sem dar prazo, a direção já prometeu construir um espaço maior para acomodar os drograditos, de forma que eles não precisem mais ocupar os leitos dos doentes mentais.
Perigo
Na segunda semana de fevereiro, um preso armado de faca agrediu um funcionário terceirizado da limpeza que tentou salvar as enfermeiras, médicos e auxiliares de enfermagem do homem que, fora de si, ameaçava atingi-los com a arma pelo simples fato de ter sido contrariado.
Num outro episódio, um custodiado soropositivo mordeu três pessoas, entre elas dois funcionários, que passaram a receber tratamento para AIDS depois de serem mordidos. Para não ter o mesmo fim, ninguém o contraria. ?Não fomos treinados para lidar com marginais. Esse é o trabalho da polícia?, desabafa uma servidora.