Conselho Editorial do TJCE lança livro e planeja novas publicações para preservar a memória da Justiça
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- 09-07-2025
O tempo não se guarda em caixas nem em estantes. Ele vive nas palavras, nas decisões que atravessam os séculos e nos registros que resistem ao esquecimento. Foi com esse espírito que o Conselho Editorial e de Biblioteca do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) se reuniu para mais uma jornada de reflexão e construção coletiva, na segunda-feira (07/07), na sede do Judiciário cearense.
Sob a condução da desembargadora Maria Iraneide Moura Silva, presidente do Conselho, a reunião foi um convite à memória, à preservação e à valorização da história do Judiciário. Mais que planejar publicações, os membros do colegiado traçaram caminhos para fortalecer a identidade institucional, com propostas que buscam dialogar com o público interno, mas também com a sociedade — afinal, conhecer a história da Justiça é compreender parte essencial da história do povo cearense.
“Sempre discutimos assuntos que possam despertar o interesse da sociedade. É importante que as pessoas conheçam a história do Judiciário, da magistratura, os fatos que marcaram nossa caminhada. Preservar a memória é uma forma de respeitar o presente e projetar o futuro”, afirmou a desembargadora Iraneide.
Entre as propostas debatidas, estão novos títulos que devem ser avaliados e lançados nos próximos meses, incluindo perfis de personalidades marcantes da Justiça cearense e estudos que aprofundem a compreensão do papel institucional do TJCE na construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
UM LIVRO QUE ATRAVESSA O TEMPO
Durante a reunião, foi lançado oficialmente o livro “Cronologia do Tribunal da Relação do Ceará”, resultado do trabalho editorial desenvolvido em 2024. A obra revisita marcos históricos da formação da Justiça cearense, desde os tempos coloniais até a instalação da Primeira Instância de 2º Grau no Estado, em 1874.
Com mais de 90 páginas, o livro apresenta uma narrativa leve e acessível, sem perder o rigor histórico. É uma leitura que conduz o público a um mergulho profundo na evolução do Judiciário, mostrando como o Ceará, por muito tempo, ficou à mercê de tribunais de outros estados — até conquistar seu próprio Tribunal da Relação, fruto de décadas de lutas, projetos e reivindicações.
“Esse trabalho é uma cronologia da história do nosso Tribunal, mas também um convite à curiosidade. Em menos de uma hora, qualquer pessoa pode ler e se encantar. É um vislumbre do quanto nossa Justiça é antiga, sólida e cheia de histórias que merecem ser conhecidas”, explicou Francisco Roosevelt Bezerra, analista judiciário e secretário do Conselho Editorial e de Biblioteca.
A publicação também destaca os impactos de eventos nacionais — como a Guerra do Paraguai e a transição do Império para a República — no processo de construção do Judiciário cearense. Segundo Roosevelt, o próximo lançamento previsto é o livro “Norma de Organização Judicial Republicana”, programado para setembro, que tratará da reorganização institucional ocorrida com o fim do período imperial.
“Esse será um marco. É quando começamos a viver a democratização da nossa Justiça, com a chegada da República e suas transformações. É importante mostrar como as mudanças políticas impactaram o funcionamento do Judiciário e o acesso à Justiça”, completou o servidor.
PRESERVAR PARA TRANSFORMAR
Além da desembargadora Maria Iraneide e do servidor Roosevelt Bezerra, participaram da reunião a desembargadora Fátima Loureiro, o desembargador Sérgio Parente, o juiz Eduardo Fontenele, a coordenadora da Assessoria de Comunicação (Ascom), Lyana Ribeiro, e a servidora Cláudia Nadir, que integra a Secretaria do Conselho.
O Conselho Editorial segue, assim, como guardião das palavras que fundaram, moldaram e transformaram a Justiça cearense. Com suas publicações, o TJCE reafirma seu compromisso com a memória, a transparência e o acesso à informação — pilares de uma sociedade que se reconhece na própria história.



