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Ambulantes da Lagoinha serão transferidos hoje

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09.04.11
Cidade
O remanejamento permitirá à Prefeitura iniciar as obras de construção da primeira fase do Parque da Cidade
A Prefeitura realiza hoje e amanhã a remoção de cerca de 1.400 ambulantes da Praça da Lagoinha e de seu entorno para a Praça da Estação. Ontem, no fim da tarde, as barracas já estavam sendo desmontadas. A mudança é provisória e está sendo feita para atender uma ordem judicial.
De acordo com a titular da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor), Luiza Perdigão, os ambulantes permanecerão na Praça Castro Carreira (da Estação) até que haja a transferência definitiva para um terreno localizado na Rua Princesa Izabel, próximo ao novo Beco da Poeira, onde funcionará o primeiro camelódromo da cidade. O local já foi desapropriado, faltando apenas a imissão de posse.
“Tivemos que tomar essa providência para atender a uma determinação da 7ª Vara da Fazenda Pública. Vale salientar que estamos cumprindo a ordem judicial 15 dias antes do tempo e após uma exaustiva negociação com os ambulantes, que concordaram com as mudanças provisória e definitiva. Além do mais, não vamos deixar ninguém sem trabalho durante o período de transição”, assegura Luiza Perdigão.
Fechada
Logo após a conclusão da transferência, a Praça Capistrano de Abreu (Lagoinha) será totalmente fechada por tapumes a fim de que seja iniciada a construção da primeira fase do Parque da Cidade, que integrará o logradouro à Praça José de Alencar. No local, ficará a principal estação do Centro do futuro metrô de Fortaleza.
Conforme a avaliação da Prefeitura, a saída do comércio ambulante da Lagoinha e de seu entorno (incluindo a Praça do Ferreira) implicará na liberação da área localizada ao lado do Hospital Maternidade César Cals e na fluidez no trânsito de ônibus e veículos em geral, nas avenidas Tristão Gonçalves e Imperador, entre as ruas Guilherme Rocha e Liberato Barroso.
Banheiros
A secretária Luiza Perdigão destaca que, com a relação formal estabelecida após a negociação com a Prefeitura, os ambulantes estarão regularizados e terão que cumprir algumas regras, como a padronização das barracas, a exposição de mercadorias apenas no seu espaço e o horário de funcionamento.
Serão colocados à disposição dos pequenos comerciantes nada menos do que dez banheiros químicos, inclusive para deficientes físicos. Dentre as vantagens para o negócio, na avaliação da Prefeitura, haverá mais espaço para a circulação dos clientes, mais áreas de estacionamento livre e de zona azul, proximidade dos terminais intermunicipais, do trem de Caucaia, do Centro de Turismo e do Mercado Central.
SEM TRAUMAS
Mudança promete ser bem tranquila
Ao contrário do que ocorreu durante a transferência dos ambulantes do antigo Beco da Poeira para o Centro de Pequenos Negócios, quando foram registrados diversos incidentes com a Polícia Militar (PM), a mudança de hoje e amanhã promete ser das mais pacíficas.
Apesar disso, 180 fiscais da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor), além de um contingente não divulgado da Guarda Municipal e da PM estarão, segundo a secretária Luiza Perdigão, orientando a mudança, que será feita através do seguinte trajeto, das oito às 17 horas: saída da Praça da Lagoinha pela Avenida Tristão Gonçalves, Rua Castro e Silva e Praça da Estação. Hoje, será feita a transferência dos ambulantes cujos nomes começam com as letras “A até F”; amanhã, de “G a Z”.
Há três anos comercializando roupas na Lagoinha, Daniel Jorge Oliveira admite que está um pouco apreensivo. “A gente não deixa de ficar preocupado. Tememos que a permanência na Praça da Estação demore mais que o previsto. Mas, se tudo ocorrer como a Prefeitura está prometendo, creio que não teremos problemas”.
Xavier de Carvalho, que também vende confecção, diz que todos estão dando um crédito à Prefeitura. “Esperamos que não mudem de conversa depois que chegarmos à Praça da Estação. Se isso acontecer, partiremos para uma manifestação em defesa dos nossos direitos”.
Confiante
Já um dos mais antigos comerciantes da Praça da Lagoinha, Eduardo Santos Pereira, está satisfeito. “Creio em Deus que tudo dará certo. Fomos cadastrados e reconhecidos pela Prefeitura. Acredito que no máximo em oito meses estaremos definitivamente no espaço que foi desapropriado para nós”.
FERNANDO MAIA
REPÓRTER