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6ª Vara Criminal inicia instrução do processo que investiga policiais militares acusados de extorsão

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A 6ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua realiza, nesta segunda-feira (28/02), às 14 horas, a primeira audiência de instrução do processo que investiga três policiais militares acusados de extorquir um casal de comerciantes. O soldado Elano Ribeiro Freitas, o cabo Francisco Marinho da Silva Queiroz e o sargento Francisco Gilberto da Costa foram denunciados por extorsão e formação de quadrilha.
A audiência estava prevista para ocorrer no último dia 9, mas foi adiada em virtude de os réus, presos no 5º Batalhão da Polícia Militar, não terem sido apresentados à Vara.
O crime ocorreu no dia 30 de agosto de 2010, por volta das 10h, em Fortaleza. Conforme denúncia do Ministério Público (MP) estadual, o soldado Elano Ribeiro Freitas e outros quatro policiais invadiram a casa de W.C.L. e W.M.S. O grupo afirmou ter um mandado de busca e apreensão para cumprir, em virtude da denúncia de que ali havia 10 quilos de entorpecentes e um revólver calibre 38.
Mesmo sem apresentar o mandado, os policiais entraram e revistaram a residência. Sem identificar a droga, o soldado Elano intimou W.C.L. a acompanhá-lo à delegacia. No entanto, o proprietário da casa foi conduzido à avenida Francisco Sá, onde outro policial se apresentou como delegado e pediu R$ 100 mil. O comerciante disse não ter dinheiro, mas pediu prazo para vender sua moto e pagar aos policiais o total de R$ 15 mil.
Após o acordo, a vítima foi liberada e procurou a delegacia para denunciar o caso. A Divisão de Inteligência Policial (DIP) foi acionada e uma equipe de policiais armou, com o comerciante, o flagrante no grupo.
À noite, a vítima recebeu uma ligação do soldado Elano, marcando encontro no estacionamento de uma farmácia, na avenida Francisco Sá. Ao chegar lá, W.C.L. foi abordado pelo sargento Gilberto, que cobrou os R$ 15 mil prometidos. O comerciante afirmou que o dinheiro estava sendo levado por outra pessoa.
O sargento foi comunicar o fato ao soldado Elano e ao cabo Marinho, que assistiam à cena em uma parada de ônibus. Neste momento, os três foram presos em flagrante pelos policiais da DIP que observavam tudo. Na delegacia, eles negaram ter ido à casa do comerciante e praticado a extorsão. Os demais policiais supostamente envolvidos não foram identificados.
A audiência será presidida pelo juiz Eduardo de Castro Neto, titular da unidade judiciária. Para a sessão, foram intimadas 13 testemunhas de defesa e seis de acusação. Além do depoimento dessas 19 pessoas, devem ser ouvidos os três acusados. A acusação está a cargo do promotor de Justiça Pedro Casimiro Campos de Oliveira.
As defesas do soldado Elano e do cabo Marinho, feitas por advogados particulares, e do sargento Gilberto, a cargo do defensor público Bruno Fioro Palhano Melo, negam as acusações.