Cejusc 60+: Capacitação reforça acolhimento e respeito aos direitos da pessoa idosa
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- 23-09-2025
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Fortaleza e da Escola Superior da Magistratura do Ceará (Esmec), promoveu uma capacitação especial voltada para mediadores e conciliadores que atuarão no Cejusc 60+. O encontro, realizado na Esmec nessa segunda-feira (22/09), buscou preparar as equipes para acolher e conduzir, com sensibilidade e eficiência, processos judiciais envolvendo pessoas idosas.
Logo na abertura, o promotor de Justiça Alexandre Oliveira Alcântara, especialista em direitos da pessoa idosa, destacou que a iniciativa representa um passo fundamental para compreender melhor o envelhecimento e as particularidades desse público. Ele lembrou que o Brasil já soma cerca de 35 milhões de pessoas idosas e que esse número tende a crescer, exigindo preparo do sistema de Justiça.
Segundo o promotor, compreender a transição demográfica e o que significa envelhecer ajuda a enfrentar questões como conflitos familiares sobre quem cuida, além de permitir uma escuta respeitosa. Para ele, é essencial evitar atitudes etaristas ou que infantilizem a pessoa idosa, sempre preservando sua autonomia e garantindo que sua opinião seja ouvida.
A chefe do Cejusc Fortaleza, Geanne Catunda de Carvalho Barreto, explicou que a capacitação integra a preparação para um mutirão que ocorrerá de 1º a 10 de outubro, dedicado a processos em que pessoas com mais de 60 anos figuram como parte. O objetivo, segundo ela, é que mediadores e conciliadores estejam mais seguros e sensíveis ao lidar com esse público, acolhendo e auxiliando de maneira adequada, para além da simples orientação jurídica.
Para os mediadores, o momento é visto como um aprendizado prático. Alexandre Peixoto, que atua no Cejusc Fortaleza, avalia que a formação vai permitir um atendimento mais ágil e humanizado, desafogando varas e garantindo a prioridade de tramitação prevista no Estatuto do Idoso. Ele reforça que a capacitação fortalece o compromisso do Judiciário com a resolução célere de conflitos que envolvem pessoas idosas, assegurando direitos e diminuindo pendências.
Já Érika Chaves, também mediadora, destacou que a profissão exige atualização constante. Ela considera que a formação específica voltada para a pessoa idosa amplia o olhar para o acolhimento ético e a compreensão de demandas próprias dessa fase da vida. “Ser mediador é estar sempre se renovando. Essa capacitação é uma oportunidade de aprimorar o cuidado e a escuta atenta, respeitando as necessidades de quem envelhece”, enfatizou.
A diretora do Fórum Clóvis Beviláqua, juíza Solange Menezes Holanda, lembrou que a qualificação resulta em mais diálogo e acordos. Para ela, o treinamento garante que mediadores e conciliadores utilizem a linguagem correta, compreendam o que é dito e proporcionem atendimento respeitoso. Isso aumenta as chances de conciliação e de soluções rápidas, refletindo diretamente na qualidade do serviço prestado.
Com relatos, reflexões e orientações práticas, a capacitação do Cejusc 60+ demonstrou que, para o Judiciário cearense, preparar-se para atender a população idosa é mais que uma exigência legal: é um compromisso ético. Respeitar o tempo, ouvir com atenção e preservar a dignidade de quem já acumula tantas histórias de vida são passos essenciais para uma Justiça mais humana e inclusiva.



