A educação vai além de alcançar boas notas em provas: inclui o desenvolvimento humano, a empatia e o desenvolvimento do pensamento crítico. É com esse propósito que a Secretaria da Educação do Estado (Seduc-CE), recebe a exposição “Fala, mulher. Você não está só”, por meio de uma parceria com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

A mostra está aberta ao público na sede da Seduc, localizada no Centro Administrativo do Cambeba, e ficará disponível até o dia 18 de setembro, das 8h às 17h. No espaço, são expostas silhuetas de homens, com frases do cotidiano que carregam preconceito contra mulheres, tais como “Ninguém mais vai querer você”, “Tá se achando porque tá ganhando mais do que eu” e “Não é ciúme, apenas cuido de você”. Além disso, um painel destaca os canais de acolhimento e denúncia para o público feminino.

A juíza Rosa Maria Mendonça, titular do 1° Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Fortaleza, participou da cerimônia de abertura. “Eu acho que quando as pessoas veem essa exposição, elas ficam impactadas exatamente porque vivenciam isso no dia a dia. É uma forma de chamar atenção, de acordar, de ver que aquele comportamento não é um comportamento aceitável, que isso é uma forma de violência já tão naturalizada, tanto no comportamento do homem quanto no da mulher, que as pessoas aceitam como uma coisa natural”, comentou a juíza.

REFLEXÕES PARA SALA DE AULA

A iniciativa não se limita às paredes da exposição. Segundo Magno Soares da Mota, da Coordenadoria de Gestão de Pessoas da Seduc-CE, as reflexões são levadas aos jovens que estudam na rede de ensino público estadual. “O profissional da edução vai ter a oportunidade de despertar esse assunto no cotidiano, na sala de aula. São com o jovens que devemos apostar todas as fichas para reverter essa violência que é crescente, especialmente contra as mulheres”, afirmou.

A exposição também mira nos homens, que fazem parte do público-alvo das mensagens. “Estamos abrindo essa exposição aqui com frases para chamar a atenção dos homens. São expressões ditas por eles, mas que não são normais, são misóginas. E eles precisam parar com essas frases”, declarou Wilson Fraga, da Coordenadoria de Educação em Direitos Humanos, Inclusão e Acessibilidade.

As frases destacadas na exposição representam experiências vividas por diversas mulheres. “São frases que a grande maioria das mulheres escuta e, muitas vezes, nem percebe a violência que está sofrendo, principalmente a psicológica. A gente tem que refletir e entender toda essa questão do machismo estrutural”, relatou Dione Benevides, que ocupa o cargo de técnico educacional na Seduc-CE.