A Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas e Habeas Corpus de Fortaleza (Vepah) assinou convênio com a Pastoral Carcerária do Ceará e o Núcleo de Práticas Alternativas para a Cultura de Paz. A partir doacordo, firmado nessa quarta-feira (19/02), as instituições realizarão oficinas com os assistidos pela Vara.

Os infratores da Lei Maria da Penha, atendidos pelo Núcleo de Atendimento ao Homem Autor de Violência Doméstica contra a Mulher (Nuah), terão oportunidade, durante as oficinas, de falar sobre fatores que desencadeiam atos violentos.O objetivo é reconstruir as relações sociais e promover a reinserção social dos apenados, contribuindo para redução da reincidência criminal. O Nuah é um dos projetos da Vepah.

“Vamos ter profissionais capacitados com cursos e experiências de trabalhos internacionais para realizar as oficinas. Nelas, os educandos vão conseguindo se livrar dos sentimentos que geraram violência”, destaca a juíza titular da Vepah, Maria das Graças Almeida de Quental.

De acordo com a irmã Maria do Socorro Medeiros Dantas, coordenadora do Núcleo de Práticas Alternativas para a Cultura de Paz, as atividades do Nuah se aproximam das ações desenvolvidas pela instituição e pela Pastoral Carcerária. “Espero que possamos mostrar à sociedade a necessidade de novas práticas de justiça, que ajudem na restauração das pessoas”, disse.

A Pastoral Carcerária é uma instituição não governamental que trabalha com reeducação da população carcerária, garantia dos direitos humanos dos presos, justiça restaurativa e inclusão social dos apenados. Já o Núcleo de Práticas Alternativas para a Cultura de Paz é um grupo formado por dez pessoas, que criaram um espaço coletivo de diálogo para reconstrução de envolvidos em atos de violência, e alternativas que garantam o bem estar comum.

Além da magistrada e da irmã Socorro Medeiros, também assinou o convênio o padre Marcos Passerini, coordenador regional da Pastoral Carcerária.

METODOLOGIA

As oficinas utilizarão técnicas desenvolvidas pelas rede internacional Escolas de Perdão e Reconciliação (Espere), que tem a irmã Socorro Medeiros como coordenadora nacional para a Região Nordeste. O método consiste na resolução de conflitos por meio de convivência, prática de solidariedade, justiça e de gerenciamento de emoções como raiva, ódio e desejo de vingança.

A organização surgiu em Bogotá (Colômbia) em 2002. Rapidamente, se espalhou para Venezuela, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Equador, República Dominicana, Panamá, Cuba, México, Estados Unidos e Canadá, Portugal e África do Sul.