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Moradores esperavam mais

Ouvir: Moradores esperavam mais

23.01.2011 negócios
Iguatu Nas pequenas cidades das regiões Centro-Sul do e Inhamuns, a telefonia móvel começou a funcionar no ano passado. A expansão dos telefones celulares faz parte do programa de universalização. Depois de uma década de espera, os moradores tinham a expectativa de que a comunicação seria fácil e prática. Entretanto, a reclamação é geral. O que se observa, é a precariedade do sistema que apresenta constantemente sinal ocupado, fora de área, rede indisponível e quando é completada, a ligação cai em menos de um minuto. “É péssimo. Ninguém consegue uma ligação”, disse a vendedora Elieuda Oliveira, da cidade de Aiuaba. A operadora TIM instalou o serviço, nessa cidade da região dos Inhamuns, no segundo semestre de 2010.
Em Arneiroz, outra cidade da mesma região, o problema se repete. “É muito ruim e a partir das 18 horas até as 22 horas é quase impossível conseguir receber ou fazer uma chamada”, disse o padre Francisco Erasmo Bezerra de Almeida, pároco da igreja Nossa Senhora do Patrocínio. “Em caso de emergência, as pessoas ficam prejudicadas”, afirma. “O cliente paga e não dispõe de um serviço de qualidade”, dispara.
Falhas ferem CDC
Para o estudante Edvan Silva, a deficiência na telefonia móvel fere o Código de Defesa do Consumidor (CDC). “Nos fins de semana e nos feriados, fica pior”, disse. “Onde estão os nossos direitos?”, questiona.
Na cidade de Arneiroz, a Tim instalou o sistema em maio de 2010 e de acordo com os moradores, no início funcionou bem. “Depois piorou e permanece até hoje”, disse o comerciário, Roberto Alves. “O celular chegou, mas não presta”, fala.
Aborrecimentos
Em Cariús, a população dispõe das operadoras TIM e Claro. O sistema da primeira tem dias que está bom, mas em outros opera com precariedade. A Claro, instalada há dois anos, traz aborrecimentos para os clientes. “Aqui não pega que presta e quem tem celular dessa empresa está mudando”, disse a secretária, Welda Moura. “Em ambiente fechado, ninguém consegue falar, só fora, na calçada”.
Os moradores de Saboeiro também estão insatisfeitos com a telefonia móvel. A operadora que atende a cidade é a Vivo, há quase dois anos. “A gente não consegue ouvir direito e o sinal não é bom”, disse o comerciante João Ferreira.
Já nas cidades de Antonina do Norte e de Deputado Irapuan Pinheiro, os moradores estão satisfeitos com o uso do celular. “Agora está bem melhor”, disse a comerciária, Juliana Maroto, que trabalha em uma farmácia, em Antonina do Norte. O sistema é operado pela empresa Claro. Em Deputado Irapuan Pinheiro, a população aprova a operadora OI, instalada há oito meses.
“É ótimo, não tem o que reclamar”, disse a microempresária, Zilda Holanda.
EM ICÓ
Atendimento precário motivou ação judicial
Está nas mãos do juiz Luiz Carlos Saraiva Guerra, da Vara Única, da comarca da cidade de Icó, uma ação civil pública contra a operadora TIM Nordeste Celular. A demanda judicial foi ingressada pelo Ministério Público Estadual (MPE), em decorrência da precariedade do serviço de telefonia móvel. O representante do MPE, Luciano Tonet, disse que aguarda uma decisão da Justiça local e que o problema persiste, apesar de ter ocorrido alguma melhoria. “Antes, não se conseguia fazer uma ligação entre 18 e 22 horas”, frisou. “A falta de sinal persistia por algumas horas”.
Na ação civil pública, o MPE solicita da justiça um prazo de 30 dias para que a empresa amplie o projeto técnico para melhoria da qualidade do serviço aos clientes. Em caso de descumprimento, foi pedida a aplicação de multa diária de R$ 10 mil.
O presidente da Subseção da OAB, na região Centro-Sul, Fabrício Moreira, considera um absurdo o descaso da operadora com os clientes. “Esse é um problema que se arrasta há dois anos, sem uma solução por parte da empresa”, disse.
HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER