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Virtualização utiliza tecnologia de ponta

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08.07.2010 cidade
NATINHO RODRIGUES
Contrato com empresa de Pernambuco prevê a digitalização de 890 mil processos no Estado num prazo de 16 meses
Uma operação cercada de cuidados foi montada pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) para viabilizar o processo de virtualização pelo qual o órgão passa. Na sede da TCI Business Process Outsourcing, empresa Pernambucana que venceu a licitação para a realização do trabalho – por questões de segurança a sua localização exata não pode ser revelada -, 236 pessoas trabalham 14 horas por dia para dar conta da digitalização dos 890 mil processos existentes em todo o Estado.
De acordo com o diretor de Operações da TCI, Márcio Teschima, até o fim desta semana, o número de funcionários chegará a 400 e as atividades no centro de digitalização de processos passarão a ser desenvolvidas 24 horas por dia. A meta é que a Comarca de Fortaleza esteja funcionando de forma virtual até o fim deste ano e as do Interior implementem o novo sistema ao longo de 2011. A empresa tem 16 meses, contados a partir de fevereiro, para concluir o trabalho.
Até o momento, mais de 60 mil processos já estão em fase de digitalização. Destes, entre 20 e 25% já foram concluídos. Inicialmente, estão sendo digitalizados processos da Fazenda Pública e de Execuções Fiscais. Na próxima semana, alguns processos já nascerão virtuais e tramitarão assim, em Fortaleza.
O local onde acontece o trabalho possui 970 metros quadrados de área construída e tem oito galpões. O prédio tem muros altos, cerca elétrica, câmeras por toda parte e controle rígido de entrada e saída. Não há qualquer identificação externa da empresa.
A digitalização acontece em etapas. Primeiro, os processos são acondicionados em sacos plásticos transparentes lacrados e acondicionados em caixas de papelão também lacradas. Os lacres contém códigos de barras que ajudam na identificação e são autodestrutivos, ou seja, uma vez abertos não podem ser colados de novo. O material é transportado do Fórum Clóvis Beviláqua para o centro de digitalização em carros-fortes e com escolta armada. Chegando a sede da TCI, os processos são separados, os grampos das páginas retirados e as folhas higienizadas. Elas, então, são encaminhados para a classificação, indexação e digitalização propriamente dita.
O centro possui 12 scanners com capacidade individual para digitalizar 3.900 páginas por hora. Hoje, são digitalizadas 300 mil folhas, diariamente. Com o aumento da equipe e das horas de trabalho, serão 30 milhões por mês. Em média, cada processo possui 200 páginas. “Mas isso varia. Há processos com 20 páginas e outros com cinco volumes”, diz o gerente de projetos da digitalização do TJ, Cristiano Henrique Lima de Carvalho.
Ele revela que esta é a primeira vez que uma logística semelhante é colocada em prática no País. Tanto que, garante, a experiência deverá servir de modelo para órgãos de outros estados interessados em virtualizar seus processos e arquivos.
FILIPE PALÁCIO
REPÓRTER