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Projeto desenvolvido em parceria com TJCE leva Lei Maria da Penha para bibliotecas do Ceará

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As bibliotecas das escolas estaduais do Ceará passarão a contar com uma prateleira inteiramente dedicada à Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como “Lei Maria da Penha”. Além do Instituto Maria da Penha, o projeto “Prateleira Maria da Penha nas Escolas” foi desenvolvido em parceria com o Poder Judiciário estadual, por intermédio do 1º Juizado da Mulher da Comarca de Fortaleza, e a Secretaria de Educação do Estado (Seduc).

“Estamos começando com a rede estadual, mas também queremos expandir para as redes municipais e à rede privada a fim de que toda escola tenha um espaço destacado nas bibliotecas com os materiais informativos sobre a Lei Maria da Penha. É um objeto de consulta, de pesquisa, não só para os alunos, como também para os professores”, explica a juíza Rosa Mendonça, titular da Unidade.

A biblioteca Patativa do Assaré, no Liceu de Messejana, tornou-se na tarde dessa segunda-feira (06/11) a primeira do Brasil a receber o espaço. “A iniciativa vai falar de respeito, porque a lei fala de respeito. Nós somos uma escola com quase 1.500 alunos, então, como não pensar e fundamentar as nossas relações no respeito? A própria Maria da Penha é um grito de respeito. O sentido é fortalecer essa lei entre nós”, destaca o diretor da instituição, professor Francisco Oélio Pinheiro.

A ativista Maria da Penha, cuja história inspirou a lei em questão, marcou presença na inauguração. “Tudo começa com um sonho e a prateleira Maria da Penha é um desses sonhos que está sendo concretizado através da juíza Rosa Mendonça”, disse. “Só através da educação que a gente pode transformar uma sociedade. Isso significa que as pessoas devem saber se respeitarem. A mulher merece ter sua dignidade respeitada e merece estar onde ela quiser. Os homens precisam entender isso”, ressaltou.

Projeto tem como objetivo levar informações sobre Lei Maria da Penha para bibliotecas das escolas do Ceará 

Durante sua fala, a ativista lembrou que nenhuma criança nasce com preconceitos e que o projeto é uma forma de interromper o ciclo onde os discursos violentos são socialmente aceitos. “O Instituto Maria da Penha está aberto para todas as escolas que queiram implementar a prateleira”, disse. Entre os exemplares expostos na biblioteca do Liceu de Messejana, está o livro “Sobrevivi… Posso Contar”, doado pela própria Maria da Penha, que também é a autora da obra.

Para a professora da Seduc e coordenadora dos projetos educativos do 1° Juizado da Mulher de Fortaleza, Raieliza Maia, “a educação é uma ferramenta poderosa no enfrentamento à violência contra a mulher e na promoção de uma cultura de paz na vida das pessoas. A parceria entre a Secretaria de Educação do Ceará e o Tribunal de Justiça é algo fundamental nessa caminhada de desnaturalizar a violência sexista”, afirma.

No evento, estiveram presentes ainda a procuradora federal, Ingrid Pequeno Sá Girão; o cordelista Tião Simpatia; e os representantes de órgãos como a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), da Seduc e da Prefeitura de Fortaleza.

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