Conteúdo da Notícia

Policiais civis já estão presos

Ouvir: Policiais civis já estão presos

10.08.2010 polícia
Sigilo e mistério. Foi esse o clima na Superintendência da Polícia Civil, após o depoimento dos três inspetores supostamente envolvidos em sequestro mediante tortura e extorsão. Os policiais identificados como Aristides Ferreira dos Santos Neto, José Benedito Lopes Ribeiro e Raimundo Flavinei Moreira Liberato, lotados no 6o Distrito Policial, foram afastados preventivamente pelo secretário de Segurança Pública, Roberto Monteiro. Diante das acusações, a Justiça da comarca de Horizonte decretou a prisão preventiva dos Policiais, que já estão recolhidos na Delegacia de Capturas.
Os três envolvidos foram ouvidos ontem à tarde pelo delegado Flavio Lemos, titular da Delegacia Metropolitana de Maracanaú e presidente do inquérito. Também estiveram presentes o superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, e o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, Francisco Bernardo.
Conforme Bernardo, os inspetores fizeram uso do direito de ficar calados e só se declararem à Justiça. A Secretaria de Segurança Pública informou que, como medida administrativa tomada para garantir as investigações, os inspetores tiveram que entregar todo o material de uso diário, como as armas, a identidade policial, as algemas e o distintivo. ?A prisão temporária deve durar 30 dias. Já o afastamento vai seguir até a finalização das investigações?, disse Bernardo.
DEFESA
De acordo com o advogado dos acusados, Paulo Pimentel, a defesa está primeiro apurando os fatos. ?Neste momento, ainda não tenho conhecimento do teor do inquérito, portanto, quando eu tiver acesso integral a todas as provas dos autos do inquérito, eles poderão prestar declarações?. Segundo Pimentel, é interessante preservar a versão dos inspetores, que será apurada dentro do inquérito policial. ?Eles dizem e afirmam que não tiveram condutas delituosas, e eu acredito que nada fizeram de errado?, reafirmou.
DENÚNCIA
Bernardo salientou que na última sexta-feira (6), os policiais teriam se envolvido em um sequestro mediante tortura e extorsão, no entanto, isso só será dito como realidade no final das investigações, que estão a cargo de Flávio. Segundo Bernardo, o delegado foi designado especialmente para apurar este caso, pois o pagamento do resgate teria ocorrido na área de Maracanaú e, por conveniência e instrução, o superintendente o designou como presidente do inquérito.