13.03.2010 politica
Thiago Paiva – Especial para O POVO
thiagopaiva@opovo.com.br
O caso das agressões sofridas por jovens que distribuíam panfletos com críticas à administração municipal no centro de Iguatu, a 380 km de Fortaleza, no dia 12 de fevereiro, ganha um novo apelo social. Representantes de entidades do município assinaram uma nota de repúdio, onde “lamentam profundamente a onda de violência e desrespeito à dignidade humana“ que assola a localidade.
A nota é composta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB – subseção de Iguatu), Cáritas Diocesana, Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Federal (Sinasefe), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato dos Comerciários e Comunidades Eclesiais de Base (CEBEs), entre outras entidades. Segundo o presidente da OAB local, Romoaldo José de Lima, o objetivo é demonstrar que a sociedade está vigilante para este acontecimento. “A OAB está acompanhando o caso e o que nós queremos é a apuração rápida e eficiente“, afirmou.
No manifesto, as entidades conclamam a sociedade a “levantar a bandeira da solidariedade, da justiça e da paz“, e que sejam “repudiadas as práticas arbitrárias de violência e terror contra a população iguatuense“. Cobram, ainda, do Ministério Público e do Poder Judiciário, celeridade e eficiência no julgamento do caso, “apontando e punindo seus autores, executores e eventuais mandantes“.
O promotor Fernando Antônio Martins de Miranda já havia solicitado que o caso fosse remetido ao Tribunal de Justiça, por ter constatado “indícios de envolvimento“ do deputado estadual licenciado José Ilo Dantas (PSDB). Como o suposto envolvido, segundo o promotor, conta com foro privilegiado, o caso estava fora da competência de um tribunal de primeira instância. José Ilo é pai do atual prefeito da cidade, Agenor Neto (PMDB).
A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça informou que o processo já deu entrada na Casa e que está sendo remetido ao serviço de distribuição criminal.