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Decretada prisão de policiais civis

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10.08.2010 polícia
ALEX COSTA
Os três inspetores, acusados de sequestrar a filha de PM e outras duas pessoas e exigir propina, já estão atrás das grades
A Justiça decretou, no começo da noite de ontem, a prisão temporária – pelo prazo de 30 dias – de três policiais civis, acusados de praticar um crime de extorsão mediante sequestro, além da prática de tortura contra três pessoas, entre elas, uma adolescente, grávida de três meses, filha de um policial militar. Os três inspetores, identificados como Aristides Ferreira dos Santos Neto, José Benedito Lopes Ribeiro e Raimundo Flavinei Moreira Liberato, já foram também afastados dos cargos.
A prisão dos três inspetores, lotados no 6º DP (Messejana), foi pedida pela própria Polícia Civil. Segundo as primeiras investigações, os servidores sequestraram as três pessoas na tarde de sexta-feira em um sítio na localidade de Dourado, no Município de Horizonte (Região Metropolitana de Fortaleza), e passaram a extorquir a família delas, exigindo uma propina de R$ 50 mil para que elas fossem liberadas.
Viatura
Os inspetores, conforme as investigações, usaram a própria viatura da delegacia em que trabalhavam, uma Hilux caracterizada (semelhante aos carros do Ronda do Quarteirão), para manter os ´reféns´ sequestrados enquanto exigiam, via celular, que a família entregasse o dinheiro. Depois de horas de negociação, o pai da adolescente sequestrada, cabo PM Raimundo Nunes Fernandes, obteve R$ 10 mil e fez a entrega do dinheiro aos policiais civis na rodovia CE-060, em frente à Ceasa, no Município de Maracanaú.
Somente após o pagamento, os três reféns (a adolescente, o caseiro do sítio e um sobrinho dele) foram libertados. Já o cabo Nunes, seguiu a viatura após a entrega do dinheiro e descobriu que os inspetores retornaram ao 6º DP, estacionaram a viatura do pátio da delegacia e, rapidamente, foram embora dali em um Corolla.
O caso foi parar no plantão da Delegacia Metropolitana de Maracanaú, onde as vítimas do sequestro e o cabo Nunes prestaram queixa. O superintendente da Polícia Civil, delegado Luiz Carlos Dantas, esteve no local e acompanhou o procedimento. “Adotamos as providências legais necessárias. E aí está a resposta rápida. A instituição não admite qualquer desvio de conduta de seus servidores. A Corregedoria também vai atuar neste caso e as responsabilidades serão definidas”, disse Dantas. Os policiais já estão recolhidos na Delegacia de Capturas.
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA