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Advogado da criança contaminada com HIV em tratamento no Hias vai pedir indenização

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16.10.09
Uma família em Fortaleza está desesperada porque o caçula – uma criança de quatro anos e oito meses contraiu o vírus do HIV em uma transfusão sanguínea no Hospital Infantil Albert Sabin. E o pior: este não foi o primeiro caso registrado no Ceará.
Há cinco meses, a mãe da criança não tem mais prazer pra nada desde que descobriu que o filho caçula, de apenas 4 anos contraiu o vírus HIV. A comprovação veio em um exame de rotina feito no próprio hospital, a pedido médico. Desde então, o caso tem sido um drama.
Tratamento custeado pelo Estado
Como a família é pobre, o tratamento do HIV está sendo custeado pelo Hospital Albert Sabin. A criança precisa tomar quatro remédios. A boa notícia é os medicamentos estão surtindo efeito: a criança é divertida e agitada, como as outras de sua idade. Mas apesar de toda essa disposição nem sempre é assim.
No ciclo de convivência da família, pouca gente sabe. Por enquanto, só alguns vizinhos, e na escola uma única pessoa, a diretora. Apesar de não saber a dimensão da gravidade da doença, a mãe tem evitado o contato físico entre a criança e filho mais velho, um menino de seis anos.
A criança contraiu o vírus HIV quando tinha cinco meses de idade, em junho de 2005. Na ocasião, estava internada com uma infecção intestinal, quando recebeu sangue do Hemoce.
Advogado vai pedir R$ 1,5 milhão
Depois de conhecer o caso, o advogado Nazareno Saraiva ficou espantado com a situação, e se ofereceu para defender a família da criança. Ele diz que vai pedir uma indenização de R$ 1,5 milhão ao Estado.
Caso não é o primeiro no Ceará
Este não é o primeiro caso no Ceará em que uma criança contrai o vírus HIV depois de receber sangue do Hemoce. Um outro aconteceu em 2003, e em junho deste ano o Tribunal de Justiça condenou o Estado pargar indenização de R$ 325,5 mil.
Os casos abrem uma discussão sobre a qualidade do sangue utilizado em transfusões. Para o advogado, a constatação sobre o caso é clara: a técnica de investigação do sangue usada pelo Hemoce é atrasada.
Sobre o caso da criança citada na matéria, o Hemoce informou que as transfusões foram feitas em 2005 e 2007. Na época da transfusão, os exames dos doadores envolvidos deram negativos, e os resultados permaneceram assim até agora. De acordo com o Hemoce, isso exclui a hipótese da transmissão do HIV pela transfusão sanguínea.