06.02.2010 Opinião
Na ciranda da vida há dúvida quanto ao desempenho de cada um que faz política. Por que tanta briga, tanto bate-boca para tentar atingir metas administrativas de interesse comum a todos? É possível conviver em paz? A grande indagação encontra resposta afirmativa no exemplo ofertado pela Associação Cearense de Magistrados, ao dar posse à sua nova diretoria na semana que passou. É possível, sim, desde que se use a mais elementar regra da boa educação. Os debates podem ser enérgicos, firmes e não perder a objetividade. Recentemente, os juízes do Ceará promoveram eleições para renovar o quadro administrativo da Associação. Disputa política entre dois grupos. Um liderado pelo juiz Marcelo Roseno de Oliveira e outro pela juíza Ana Cleyde Viana de Sousa. Venceu a chapa do juiz Roseno que assume a presidência da ACM e revela que é possível conviver em harmonia, na seara dos seus companheiros de ideal. Fala equilibrada e bem distribuída na enumeração dos itens administrativos que pretende pôr em prática sem vacilação. Exemplo vivo de coerência. Política interna que se projeta na rota do equilíbrio e do bom senso para trabalhar a grandeza da magistratura, usando o tripé da democracia que destaca os pilares do Executivo, do Legislativo e do Judiciário como fonte primacial de uma sociedade forte. Vivemos da palavra. Característica fundamental do ser humano. Ocorre que a fala vem sendo desvirtuada. Tudo concorre para o desequilíbrio. O discurso de Marcelo Roseno trouxe um quê de seriedade diferente. Articulação séria em torno de uma gama de propósitos plausíveis. Credibilidade e fé no homem aureolavam o pronunciamento enérgico de um juiz que surge como o novo presidente da ACM. Os juízes do Ceará querem a realização da atividade-fim do Judiciário e o atual presidente da entidade mostra o caminho da seriedade para atingir metas dentro do clima de diálogo educado para convocar as lideranças dos Três Poderes e um engajamento perfeito visando trabalhar em paz. É possível conviver com harmonia e batalhar por melhorias através de uma ação conjunta de julgadores de boa cepa. É possível viver em paz!
PAULO EDUARDO MENDES – Jornalista