08.07.2010 cidade
A digitalização dos processos do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) já está sendo realizada. Ao todo, serão virtualizados cerca de 890 mil peças nos próximos 16 meses, oferecendo maior segurança, organização e agilidade nas pesquisas de cada processo. A equipe do Jornal O Estado visitou os oito galpões onde a empresa pernambucana TCI realiza as documentações virtuais e averiguou a segurança que envolve todos os processos.
A medida faz parte do Projeto de Virtualização da Justiça estadual, que tem o objetivo de substituir o meio físico (papel) pelo virtual, trazendo maior celeridade na tramitação das ações judiciais e redução de custos. O sigilo da operação é tão rigoroso que o endereço do local não pode ser divulgado, existindo um forte aparato de segurança que controla os trabalhos dos 400 funcionários e dos visitantes.
A TCI, empresa responsável pelo sistema de digitalização, é responsável pela guarda temporária dos processos, limpeza, higienização e organização das peças, digitalização, auditoria, controle de qualidade, classificação e assinatura digital. O gerente de projetos de digitalização do TJ-CE, Cristiano Henrique Lima de Carvalho, explicou que, no primeiro momento, já foram virtualizados 25% dos 60 mil autos oriundos das varas da fazenda pública e execuções fiscais de Fortaleza.
?Estes 60 mil processos estão em trabalhos contínuos de digitalização. A meta do presidente do Tribunal [desembargador Ernani Barreira] é digitalizar as 890 mil peças em 16 meses. Entretanto, o desembargador determinou que, até dezembro deste ano, todos os processos de primeiro grau da Capital devem estar digitalizados?, explicou Cristiano.
O gerente de projetos salientou que os equipamentos que realizam os processos digitais são de última geração. Foi montada uma estrutura de Data Center exclusivo para o TJ-CE e os 12 scanner disponíveis possuem capacidade de virtualizar até 500 mil folhas por dia, ou gerar cerca 50 milhões de imagens mensalmente. Se os prazos forem alcançados, Henrique ressaltou que até o final de 2010, a Comarca de Fortaleza estará funcionando de forma totalmente virtual. No interior de Estado, o sistema será implementado ao longo de 2011.
MISSÃO SECRETA
Um dos processos mais importantes realizado no interior dos oito centros de documentação da TCI é a organização, limpeza e higiene das peças. De acordo com Cristiano, o manuseio dos processos é feito de forma controlada e segura para evitar que qualquer folha seja perdida durante a abertura das caixas portadoras dos autos.
?Não existe o perigo de alguma página ser perdida. Para se ter uma ideia, não temos latas de lixo e todos os 90 funcionários que trabalham no setor usam camisas de mangas curtas. As caixas com os processos saem do Tribunal de Justiça totalmente lacradas e chegam a empresa de forma segura, sendo abertas apenas com a assinatura do responsável do setor?, relatou, explicando que a retirada de grampos e clipes fazem parte do processo de limpeza dos autos para viabilizar a reprodução das imagens.
O gerente de projetos disse que os funcionários trabalham em dois turnos, das 6 horas às 22h30. Entretanto, a previsão é aumentar o contingente de prestadores de serviço para realizar a digitalização durante 24 horas. Cristiano informou ainda que até o final da próxima semana, os 60 mil processos digitalizados já estarão totalmente informatizados.
JUÍZES APROVAM A OPERAÇÃO
Os juízes que compõem a diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua visitaram, na manhã de ontem, as instalações da central de digitalização. Os magistrados, acompanhados do diretor do Fórum, juiz Francisco José Martins Câmara, conheceram as etapas de transformação dos processos físicos em arquivos digitais. Na última segunda-feira (5), foi a vez do desembargador Ernani Barreira fazer a sua análise da iniciativa. Ele salientou a qualidade da estrutura e do trabalho desenvolvido pela TCI.