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Solenidade no Fórum Clóvis Beviláqua marca a entrega de 23 mandados de adoção

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A 3ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza entregou, na manhã desta sexta-feira (10/05), 23 mandados de inscrição de sentença de adoção. O documento dá direito a emissão de nova certidão de nascimento constando o nome dos pais adotivos. A solenidade ocorreu no Fórum Clóvis Beviláqua e marcou simbolicamente o nascimento das novas famílias, como também prestou homenagem pelo Dia das Mães, celebrado no próximo domingo (12/05).
O evento contou com a presença da diretora do Fórum, juíza Ana Cristina Esmeraldo; dos juízes da Infância e Juventude de Fortaleza, Alda Holanda e Raimundo Deusdeth Rodrigues Júnior, titulares, respectivamente, da 3ª e 2ª Varas; da defensora pública Ana Cristina Soares e das famílias adotivas.
A diretora disse que, além de prestar as homenagens, o evento tem por finalidade incentivar o ato de adotar. “Que a entrega dos mandados de adoção possa servir de inspiração para outras famílias também tomarem a iniciativa de empregar seu amor e dedicação a outras crianças que precisam”. Para a magistrada foi “muito enriquecedor participar desse momento. Todos estão de parabéns. Vocês [famílias] são exemplo de grandes seres humanos”.
A magistrada Alda Holanda também elogiou.“Eu agradeço a Deus, todos os dias, por estar trabalhando com esse tipo de processo e com pessoas tão maravilhosas como vocês [pais adotivos], que abrem seus corações, suas casas e suas vidas para acolherem essas crianças e adolescentes que precisam de amor, carinho e lar”.
“Só tenho que dar parabéns, é muito inspirador. Vocês são exemplo de grandes corações e fico feliz de ver o auditório cheio de casos felizes e emocionantes”, ressaltou o juiz Raimundo Deusdeth Rodrigues.
A defensora pública Ana Cristina comparou a adoção à música Aquarela, do compositor Toquinho. “Nossa vida é uma folha em branco e nós a desenhamos e pintamos com nossos atos. Quando adotamos estamos desenhando uma vida, um gesto lindo.”
A PLENITUDE DE SER MÃE
Na ocasião, também compareceram à solenidade famílias que já haviam passado pela experiência de terem recebido o mandado de inscrição. Entre os relatos apresentados estava o da fonoaudióloga Ana Emanuelle Valença Coelho, que falou sobre o processo de adoção do seu filho, que durou oito meses.
Ela afirmou que conheceu a criança aos dois meses de vida, durante a realização de um exame. “Antes de chegar a mim, ele passou por outros quatro profissionais que não conseguiam fazê-lo parar de chorar. Quando o colocaram no meu colo, o choro parou”, lembra.
Mesmo sabendo que a criança, na época, era suspeita de ser HIV positiva e de ter problemas neurológicos, disse não ter diminuído o interesse pela adoção. “Ele é o meu filho, independente do que traga junto. Muitos iniciam o processo de adoção procurando o filho de porta retrato, mas nos abrigos existem crianças saudáveis e não saudáveis que precisam do nosso amor”, desabafa. Há dois meses, a fonoaudióloga recebeu os resultados de exames do filho, que constaram a ausência das doenças suspeitas.
“Antes de ele chegar à minha vida, eu era mãe solteira de um filho adotado e quando ele chegou passei a ser uma mãe escolhida de um filho muito amado. Nossos filhos fazem um movimento inverso, eles vêm de fora para dentro, que é muito mais difícil”, destacou. “Hoje, sou a pessoa mais feliz do mundo quando chego em casa e meu filho corre para me abraçar”, externa.
Ao final do depoimento, Emanuelle agradeceu à juíza Alda Holanda e à equipe que atuam na 3ª Vara. “O trabalho que vocês fazem para resgatar a vida dessas crianças é de extrema importância. Foram oito meses e ser mãe é o melhor papel da minha vida.”