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Polícia prende médico e fecha clínica de aborto

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11.11.2010 polícia
Por Elvira Sena Da Redação
Uma clínica de aborto foi descoberta ontem em Fortaleza. A clínica Dionísio Lapa funcionava em um prédio na Rua General Silva Júnior, no bairro de Fátima, e era de responsabilidade do médico Dionísio Lapa Brochado Filho, ex-prefeito de Maracanaú. Ele foi preso ontem, por força de mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça, juntamente com outros funcionários da clínica. Os demais funcionários, também com prisão decretada pela Justiça foram identificados como a secretária do médico, Adriana Fernandes Vieira; a atendente da clínica, Antônia Deusanira Moura Teixeira; os seguranças Ricardo Henrique de Lima Demétrio e Francisco José de Lima e também o motorista do médico, José Wilton do Carmo. Com este último, a Polícia encontrou cápsulas de escopetas. Por conta disso, ele também foi autuado em flagrante por posse ilegal de munição.
A operação Exterminador do Futuro teve início no dia 20 de abril e envolveu promotores de Justiça, membros do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCOC) e seis equipes da Polícia Civil. O passo inicial dos trabalhos foi uma representação do Movida ? uma organização contra o aborto. Há cinco meses, o trabalho vinha sendo desenvolvido. ?Descobrimos fichas de pacientes da clínica de 1995?, contou o promotor de Justiça Marcos William de Oliveira, que coordenou os trabalhos.
O Ministério Público Estadual começou a investigar, com escutas, vigilância e vários equipamentos similares até chegar à clínica no Bairro de Fátima. Além dessa clínica, as investigações também chegaram a um hospital, a Associação Beneficente e Médica de Pajuçara, na Região Metropolitana de Fortaleza. ?As pacientes que se dirigiam à clínica, se tivessem alguma complicação, eram encaminhadas para a Associação, a fim de que se recuperassem?.
Identificação
Foram identificadas cerca de 12 mulheres que teriam realizado aborto. Essas mulheres vão começar a ser ouvidas hoje, segundo o promotor de
Justiça Marcos William de Oliveira, que coordenou os trabalhos. ?Vamos ouvir todas as pessoas identificadas que praticaram aborto na clínica.
Algumas não conseguimos identificar pelo fato de terem nas fichas somente o pré-nome?, explicou o promotor.
Depois de serem colhidos esses depoimentos, o Ministério Público Estadual irá ofertar denúncia à Justiça, para que as pessoas citadas respondam ação criminal pelo crime de aborto. ?Devemos prosseguir com as investigações, para chegarmos a outras clínicas. As pessoas que foram presas, por força do mandado de prisão preventiva, devem continuar recolhidas e responderão a processo. A Justiça decidirá?, salientou o promotor.
O coordenador da operação disse ainda que era dívida com a população o trabalho que chegou à prisão dos acusados de envolvimento com a clínica de aborto. ?Há muito, era do conhecimento público que a clínica no bairro de Fátima praticava os abortos. E nós, as instituições, devíamos esse trabalho à sociedade?.