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Polícia identifica o maníaco

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12.01.2010 Polícia
Bandido havia sido preso em 2001, quando confessou vários crimes. Suas vítimas eram meninas da Zona Oeste
Antônio Carlos dos Santos Xavier, o ´Casim´ ou ´Maníaco do Canal´. Este é o homem que está sendo caçado pelas Polícias Civil e Militar, apontado como o principal suspeito de ter raptado, violentado e assassinado a menina Alanis Maria Laurindo, 5, na noite da última quinta-feira, no Conjunto Ceará. Muito embora venham agindo com cautela e sigilo nas investigações, as autoridades já têm quase como certa a autoria do crime que comoveu a opinião pública do Estado.
Com exclusividade, o Diário do Nordeste obteve, no começo da noite de ontem, a informação sobre a identificação do assassino. Antônio Carlos dos Santos Xavier, o ´Casim´, é irmão de Francisco Charles dos Santos Xavier, 32, preso no último sábado sob suspeita do crime. Desde o momento de sua prisão, no bairro Autran Nunes, Charles vem sendo categórico ao apontar o irmão como o autor da morte da menina Alanis.
Foragido
Apontado como de alta periculosidade, ´Casim´ possui um longo histórico criminal, à exemplo do irmão que tinha prisão preventiva decretada pela Justiça de Caucaia, por crime de estupro. No dia 4 de janeiro de 2001, o Diário publicou na página de Polícia a prisão de ´Casim´ depois de uma longa investigação sobre vários estupros na Zona Oeste de Fortaleza. Capturado, na época, por policiais do 3º DP (Otávio Bomfim), sob o comando do delegado Francisco Braguinha de Sousa, Antônio Carlos confessou ter praticado um crime com as mesmas características do que aconteceu na semana passada. Por sorte, a vítima – uma menina também de 5 anos – sobreviveu. O caso ocorreu no último dia do ano de 2000. Eram 22 horas do dia 31 de dezembro, quando ele raptou a criança no bairro Autran Nunes e a levou até um matagal às margens de um canal, no bairro Pio Saraiva. Ali, abusou da menina durante horas e a espancou. A criança desmaiou diante da violência .
Acreditando que tivesse assassinado a garota, ´Casim´ tratou de ocultar o corpo (a exemplo do que aconteceu com a menina Alanis, na noite da última quinta-feira). Jogou a criança no matagal às margens do canal. Horas depois, populares encontraram a menina viva.
Preso, o ´Maníaco do Canal´, como ficou conhecido na época, confessou ao delegado que já tinha feito outras vítimas, todas meninas na faixa etária entre cinco e oito anos. O caso revoltou até os médicos do IJF que atenderam a menina. As buscas ao acusado continuam em vários pontos da cidade, enquanto o irmão dele permanece preso. Na manhã de ontem, policiais militares chegaram a cercar uma residência, situada na Rua Capitão Gustavo, no bairro do Pio XII, onde mora uma filha de ´Casim´, mas ele não foi encontrado no endereço.
O delegado Lira Ximenes, titular do 12º DP (Conjunto Ceará), continua no comando das investigações e negou ter sido constituída uma força-tarefa para apurar o caso. O superintendente da Polícia Civil, Luiz Dantas, informou que a expectativa é de que o caso seja solucionado nas próximas horas.
FERNANDO RIBEIRO – EDITOR
HOMENAGEM – Ato religioso reuniu pais e a comunidade
Emoção e solidariedade marcaram o ato religioso realizado, na manhã de ontem, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, em homenagem a menina Alanis. Aproximadamente 300 pessoas, vestidas com roupas brancas e acenando bexigas e bandeiras que estampavam o rosto da garota, lotaram a Igreja em um ato de solidariedade à família.
Alguns deixaram o trabalho e os afazeres domésticos para participar da celebração. Pessoas como o montador Fábio Márcio Freitas, 30, que chegou cedo com a filha Ana Grazielle Vieira, de 8 anos. Para Fábio, aquele momento era a oportunidade de pedir justiça e rezar para que “Deus dê força para os pais da menina. Também sou pai e só posso imaginar, em uma hora como essa, a dor que eles estão sentindo”, lamentou.
Agradecimento
A celebração, uma iniciativa da comunidade religiosa do bairro, foi marcada por cânticos e orações, enaltecendo a paz. Em determinados momentos, a mãe da menina Alanis, Ana Patrícia Pontes Laurindo, 25, chorou e foi amparada pelo marido, Adaírton Silvânio de Oliveira, 25. A mãe passou as quase duas horas da celebração segurando no colo uma boneca que pertencia à filha. No fim, ela e o marido agradeceram o apoio da comunidade do Conjunto Ceará.
EMERSON RODRIGUES – REPÓRTER