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Pistoleiro fica 12 horas no anonimato – FORTALEZA

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FORTALEZA
03.05.10
Um dos pistoleiros mais procurados do Ceará passou cerca de 12 horas no anonimato em uma delegacia plantonista de Fortaleza, ontem, depois de ser preso por policiais militares em uma ocorrência de lesão corporal a bala, em Messejana. Antônio Charles Barreto, o Charlim, foi conduzido ao 30º Distrito (Conjunto São Cristovão), no fim da noite do último sábado, depois de atirar quatro vezes contra um homem, na avenida Joaquim Bento, com uma pistola 380. Na delegacia, identificou-se apenas como vaqueiro e teve a arma apreendida.
Somente por volta do meio-dia, os delegados Edmar Granja e Vera Granja, ambos de Jaguaribe, na Região Jaguaribana, a 308 quilômetros de Fortaleza, identificaram Charlim como pistoleiro. “Estávamos há mais de um mês à procura do Antônio Charles, desde que soubemos que ele estaria em Fortaleza. Quando soubemos das características dessa tentativa de homicídio, concluímos que deveria ser ele. Os policiais do 30º Distrito ficaram surpresos quando revelamos a periculosidade do homem que estava em uma das celas da delegacia“, comentou o delegado Edmar Granja, que conduziu o pistoleiro para o Departamento de Inteligência, na Superintendência da Polícia Civil. “Amanhã (hoje), ele será levado a um presídio“.
Segundo o delegado de Jaguaribe, Charlim é denunciado na Justiça por dois homicídios, em Jaguaruana (um dos quais cometido quando adolescente), além de indiciado por outros dois crimes de pistolagem: um em Jaguaruana e outro em Morada Nova.
Em depoimento aos delegados de Jaguaribe, o pistoleiro disse que atirou na vítima em Messejana para se defender de uma tentativa de assalto. Apesar dos quatro disparos, o pistoleiro afirmou que não teve a intenção de matar a vítima. “Eu não atirei para matar ele, não. Imagina, se ele ia sair vivo“, ironizou Charlim, que informou ainda que estaria residindo no bairro Mondubim. Para o delegado, a versão do pistoleiro não seria verdadeira. “Para mim, o Antônio Charles veio para Fortaleza para matar esse homem. Amanhã (hoje), eu vou saber quem é essa vítima e como ocorreu a tentativa de homicídio. Vamos ouvir testemunhas e os policiais que efetuaram a prisão“, disse Edmar Granja.
Indignados com a frieza do pistoleiro, os delegados Edmar Granja e Vera Granja passaram a lembrar vários crimes que teriam sido cometidos pelos irmãos de Charlim.
“A morte da Mônica (Ana Mônica Saldanha Barreto, comerciante) foi um crime praticado pelo teu irmão, o Gordo (Lucivando Saraiva Diógenes, morto meses depois), não foi? Em 15 anos, a tua família matou mais de 30 pessoas. Você sabe que eu conheço a história da pistolagem na região (Jaguaribana), então não minta para mim“, reclamou o delegado, durante depoimento ao qual O POVO teve acesso.
“Mas não tem problema, não. A tua pistola fala mais que você. Eu sempre quis botar a mão em uma arma como essa. Agora vou poder esclarecer outros crimes na região“, observou Edmar.
E-Mais
>Segundo a Polícia, os pistoleiros conhecidos como “Filhos do Sinhorzinho Diógenes“ também são envolvidos com assaltos a bancos e carros-fortes, além de tráfico de drogas. Em junho de 2008, um dos mais temidos integrantes do bando, Lucivando Saraiva Diógenes, o Gordo, foi morto durante um cerco policial que durou dois meses, na Região Jaguaribana. Ele estaria com um rifle, uma pistola e um colete à prova de balas.
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