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Mutirão Carcerário recebe apoio do Sebrae-CE para reintegração de ex-detentos

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A criação de um comitê gestor para apoiar o programa ?Liberdade com Cidadania?, do Mutirão Carcerário do Ceará, foi a proposta apresentada pelo superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE), Carlos Antônio de Moraes Cruz, em reunião realizada com a coordenação do mutirão, nesta sexta-feira (11/09), na sede da entidade.
“A idéia é unir órgãos municipais, estaduais, federais, além de diversas outras instituições, que trabalhem não apenas a questão da liberdade, mas também, a reinserção familiar do preso”, explicou Carlos Cruz.
Também foi sugerida pelo superintendente uma metodologia de trabalho chamada Cefe (sigla im inglês que significa trabalho pleno) que consiste em três planos de ações. O primeiro busca identificar perfis empreendedores; o segundo visa à capacitação empresarial, e o terceiro trabalha na articulação de recursos financeiros voltados ao empreendedorismo. “A missão do Sebrae é otimizar e capacitar esses detentos para que eles possam entrar no mercado de forma competitiva. Além de contribuir na formação de pequenos negócios”, observou.
Durante a reunião, o juiz federal e representante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marcelo Lobão, levantou a preocupação em dar oportunidade de emprego aos apenados que estão recebendo liberdade provisória e progressão de regime. “O objetivo é incentivar o ex-detento a ter o seu próprio negócio. Acreditamos que o empreendedorismo é a principal porta de saída da delinquência, pois desta forma eles terão a oportunidade de trabalhar independentemente?, afirmou o magistrado.
No final do encontro, foi articulada uma reunião, ainda sem data marcada, com o presidente da Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio) e com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). O intuito do encontro será inserir o apenado que não apresentar perfil empreendedor em ações dessas instituições, como cursos, capacitação e captação de vagas para o mercado de trabalho.
“O Mutirão Carcerário do Ceará está provocando a reflexão sobre a responsabilidade do Estado e da sociedade civil com o processo de ressocialização do preso”, destacou David Pereira Cruz, analista judiciário da Justiça Federal que faz parte do mutirão.