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Menino envolvido em morte de Marcela Montenegro é apreendido

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10.03.11
?Ele ainda é uma criança. Tem 12 anos. Entretanto, após participar de latrocínio que resultou na morte da empresária Marcela Montenegro, 34, em 8 de março do ano passado, o menino voltou a cometer um crime. Na última segunda-feira, 7, dois assaltantes abordaram uma pessoa no bairro Papicu. Estavam armados com facas.
O caso foi atendido pelo 2º Distrito Policial. Os bandidos roubaram o telefone da vítima. A Polícia agiu, e logo um deles foi preso. O outro, apreendido. Era o mesmo garoto magricela que, um ano atrás, havia se estirado na rua Zuca Accioly, Cidade 2000. O objetivo: forçar a parada do carro que Marcela Montenegro dirigia.
Em março de 2010, ele tinha 11 anos. Depois do crime, foi conduzido para abrigo mantido pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). Porque ainda era criança, não podia ser julgado. Um ano mais velho, recebeu o status de adolescente: pode ser apreendido e, a depender da sentença do juiz, cumprir três anos de privação de liberdade, ser advertido verbalmente ou prestar serviços à comunidade.
Depois da apreensão, feita na segunda-feira, o menino foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), que o conduziria à Unidade de Recepção Luiz Barros Montenegro. Lá, segundo Cecília Guimarães, diretora da instituição, permaneceu por 24 horas, até ser levado para um dos centros que recebem meninos à espera que seus processos sejam julgados por uma das quatro varas da infância. O tempo para que o juiz aprecie cada caso é de 45 dias. Transcorrido esse prazo, o infrator poderá deixar a casa. Atualmente, há 200 deles, com idade entre 12 e 18 anos, nas duas casas provisórias de Fortaleza.
Em abril de 2010, após o assassinato de Marcela, o garoto de 11 anos ficou dois dias em um abrigo público. ?Não era pena, mas medida protetiva?, explica Rita de Cássia Marques, responsável pela Célula de Acolhimento da STDS.
Rita disse que, durante o curto período em que esteve lá, o menino foi ameaçado de morte. ?Resolvemos que seria melhor ele sair de Fortaleza?, diz. Depois da mudança, a criança foi assistida durante um ano. A recaída surpreende Rita, que revela: ?Numa das entrevistas que fizemos, ele disse que seu maior sonho era ser marinheiro?.
ENTENDA A NOTÍCIA
Menino de 12 anos que participou de assassinato de empresária comete novo crime. À época, o garoto não podia ser julgado porque tinha menos de 12. Recebeu medida protetiva. Durante um ano, foi acompanhado por assistentes sociais da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social.?
(O POVO)