Conteúdo da Notícia

Justiça lenta

Ouvir: Justiça lenta

05.12.2010 Opinião
Infelizmente, o Tribunal de Justiça, bem como o Fórum Clóvis Beviláqua, hoje estão sendo tido como os mais lentos do Brasil. Até mesmo a OAB e sua matriz nacional tomaram a iniciativa de chamar a atenção dos dirigentes dos respectivos órgãos para que procurem a todo custo dinamizá-los. Na verdade, nunca as coisas chegaram a tão calamitosa situação. No nosso tempo, éramos tidos como os mais produtivos de todo Nordeste. É sabido que, para reestruturar os prédios onde funcionam os respectivos orgãos, seja lá como for, parte dos serviços funcionam parcialmente. Além disso, as mudanças no quadro dos servidores causaram mal-estar entre os seus componentes, tendo muito deles resolvido fazer a pior das greves, ou mais precisamente, a do silêncio. Isto é, compareciam ao local de costume, e fingiam que estavam trabalhando, só saindo no final do expediente sem que nada tivessem feito. Um outro setor que deveria ter sido dinamizado na atual gestão era a Conciliação. Sim, porque esta é a verdadeira justiça que Jesus deixou. No entanto, o primeiro ato da atual gestão foi nos afastar da Central de Conciliação sem nenhum motivo, embora no tempo em que estivemos lá, já tinhamos feito mais de 300 acordos. Apesar de tudo isso, sequer nos quis receber. A conciliação é tão eficaz e sublime que não deixa aminosidade, e no final de cada acordo as partes saem de braços dados. Isto nos faz lembrar o fato de um dos litigantes, ao entrar na sala de reuniões, foi logo dizendo que para o adversário tinha era bala. Começamos a examinar a origem da rixa, e após mostrar-lhes a vantagem do acordo, e, nos apegando a uma parábola de Jesus, ao invés de bala, sairam abraçados. Enfim, estão decantado aqui, e além de nossos divisas, que o TJ e o Fórum, são os únicos destas bandas totalmente informatizados. Agora se não dispuserem os referidos órgãos de pessoal habilitado e de juízes com boa vontade, de nada vai adiantar a modernização, posto que o ser humano ainda está acima da máquina, e sem ele nada vai mudar, já que a atual gestão preparou as máquinas, resta agora colocar os seus servidores nas posições que sabem trabalhar, dando-lhes os direitos a que fazem jus.
Edgar Carlos Amorim – escritor