22.04.2010 política
Para o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargador Ernani Barreira, a paralisação do funcionalismo “é movida por insensatez”. O representante da categoria contesta a avaliação. Hoje, servidores discutem a questão na Assembleia Legislativa
Pedro Alves e Eliomar de Lima – politica@opovo.com.br
O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Ernani Barreira, classificou ontem de “irracional” a greve dos servidores do Poder Judiciário.
Os servidores se afirmam paralisados desde a última segunda-feira. A reivindicação, segundo informa o coordenador geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Ceará (Sinspojuce), Vladimir Pereira, é pela retirada do projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa instituindo o Plano de Cargos e Carreiras e Vencimentos (PCCV) da categoria.
Isso porque, diz Vladimir, o Plano contém uma série de itens que representam prejuízos para os servidores. O Sinspojuce argumenta, por tanto, que a matéria é inconstitucional.
“Insensatez”
Sobre a paralisação dos servidores, Ernani disse que “a chamada greve é um movimento absolutamente irracional”. Em seguida, o presidente do TJCE declarou, ainda, que desconhece a razão da paralisação. “Essa greve é movida por insensatez, com um desejo de emulação e com propósitos que não sei identificar”.
Vladimir respondeu à crítica feita por Ernani afirmando que a categoria sente remorso pelo desembargador. “Não é irracionalidade não, é muita mágoa“, contou o sindicalista, alegando que, ao invés de melhoras as condições de trabalho e remuneração dos servidores, o novo Plano não representa avanço para os trabalhadores. “O Ernani tinha prometido um plano que viesse com dignidade“.
Em 2009, os servidores do Poder Judiciário já haviam decretado greve como reivindicação pela elaboração de um PCC para a categoria. Hoje, às 10 horas, na Assembleia Legislativa, sindicalistas se reúnem com deputados e representantes do Governo para uma discussão sobre o imbróglio acerca do assunto.