10.07.2010 negócios
A mensagem com o reajuste segue na próxima terça-feira, para ser apreciada e votada na Assembleia Legislativa
O governo do Estado concedeu, ontem, reajuste linear de 4,84%, para todos os 144 mil servidores públicos, aposentados e pensionistas. O índice, menor que um terço do aumento de 15% pleiteado pela categoria, corresponde apenas à reposição d a inflação do período de julho de 2009 a junho deste ano, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O reajuste foi definido no fim da tarde, pelo governador Cid Gomes, após reunião de várias horas, no Palácio Iracema, com integrantes da Mesa Estadual de Negociação Permanente, que representa cerca de 40 categorias, que compõem o quadro funcional do governo do Estado. Com o novo aumento, a folha salarial passa dos atuais R$ 4,6 bilhões, mensais, para R$ 4,82 bilhões.
“O aumento poderia ser maior. O Estado tem gordura (dinheiro em caixa) para isso, o Estado poderia dar mais, mas a lei eleitoral não permite”, justificou o deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa, Nelson Martins (PT). Segundo ele, “o governador não quis correr o risco de ter a candidatura impugnada pelo TRE”.
Frustração
Para a presidente do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores do Estado do Ceará (Fuaspec), Rita de Cássia, o reajuste concedido “foi frustrante”. “Fomos agredidos moral e profissionalmente”, desabafou a sindicalista, ao fim da reunião, no início da noite de ontem. Segundo ela, “o governo do Estado gerou uma expectativa de melhoria dos salários dos servidores na atual administração, que não passou da correção dos índices inflacionários”.
“O que mais frustra a categoria são as promoções, que foram acordadas e que não saíram”, acrescentou Flávio Sabino, presidente da Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará. Na próxima terça-feira, às 9 horas, os servidores vão se reunir na sede da CUT, para avaliar o reajuste e decidir o que fazer.
Para Martins, não há motivos para frustrações. Segundo ele, nos últimos três anos, o salário dos policiais civis e dos professores da educação básica foram elevados em 40%, o dos médicos, em 116%, dos professores universitários, em 125%, os delegados, em 60%. “O Estado contratou 22 mil novos servidores”, ressaltou o deputado. A mensagem com o reajuste será enviada à AL até terça-feira, para ser votada até quinta-feira.
CARLOS EUGÊNIO
REPÓRTER