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Equipe multidisciplinar realiza trabalhos no Juizado da Mulher de Juazeiro do Norte

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Desde o último mês de fevereiro, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Juazeiro do Norte passou a oferecer um importante apoio às mulheres com direitos violados na Região do Cariri. Foi quando começaram os trabalhos da equipe multidisciplinar daquela unidade judiciária, envolvendo a participação de uma psicóloga e de uma assistente social.
O Juizado da Mulher de Juazeiro do Norte, que tem à frente o juiz de Direito José Mauro Lima Feitosa, passou a contar com os trabalhos da psicóloga Débora Pinho Arruda e da assistente social Luciana Gomes de Sousa.
Inicialmente, a psicóloga e a assistente passaram dez dias no Juizado da Mulher da Comarca de Fortaleza, a fim de conhecer os procedimentos adotados pela equipe multidisciplinar que já atua na capital cearense.
Depois do Carnaval, os trabalhos foram iniciados em Juazeiro, conforme explica Débora Arruda. “O nosso trabalho tem a possibilidade de trazer uma visão mais ampla do problema. Não somente uma visão jurídica, mas compreender as questões sociais e psicológicas envolvidas em cada caso e subsidiar a decisão do juiz”, relata. Depois do atendimento individual ou das visitas domiciliares, a equipe elabora um relatório e encaminha para apreciação do magistrado.
Conforme a psicóloga, nem todos os casos estão sendo acompanhados; apenas os de maior complexidade. A maioria dos atendimentos são relacionados a violência sexual contra crianças e adolescentes do sexo feminino, mas também há ocorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Atualmente, as visitas domiciliares estão sendo realizadas duas vezes por semana, nos municípios do Crato e de Juazeiro do Norte, respectivamente. “O atendimento está sendo para a vítima e para familiares. Não estamos trabalhando ainda com os agressores, mas pretendemos”, antecipa.
Outro foco de trabalho, iniciado esta semana, é a realização de palestras educativas. O primeiro local visitado foi um posto de saúde em Juazeiro do Norte, mas o objetivo é estender a ação a escolas e outros equipamentos sociais dos municípios sob a área de abrangência do Juizado.
“A ideia é trabalhar na parte preventiva. A nossa cultura ainda é muito machista, no Interior isso é ainda mais forte, a violência contra a mulher é vista como um segredo de família”, explica. Nas palestras, são indicados sinais para facilitar a identificação da violência doméstica, sexual ou psicológica, locais que as vítimas possam procurar, além de outras informações que ajudem a atenuar o quadro de vulnerabilidade que afeta as famílias vítimas do problema.