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Empresário consegue liberdade

Ouvir: Empresário consegue liberdade

Página 02 23.06.2010
Após cinco dias preso em uma das salas do 8º Distrito Policial, no Conjunto José Walter, o empresário Gil Bezerra, 71 anos, foi solto no fim da tarde de ontem, após a Justiça atender a um pedido de liberdade provisória, expedido por meio de habeas corpus pela 12ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua, que trata de crimes relacionados a crianças e adolescentes.
O empresário do ramo hoteleiro estava detido na delegacia desde a noite da última quinta-feira, 17, depois de ser flagrado na companhia de duas adolescentes, uma de 12 anos e a outra de 14 anos, no interior de um motel no bairro Passaré.
A Justiça levou um dia para apreciar o pedido de liberdade provisória, que chegou às mãos da Promotoria da 12ª Vara Criminal na tarde da última segunda-feira, 21. A Promotoria teria um prazo de até cinco dias para emitir um parecer. Depois disso, a juíza titular da Vara teria igual prazo para concordar ou não com o parecer da promotora.
Segundo policiais que presenciaram a saída do empresário da delegacia, ele foi escoltado por dois advogados e entrou rapidamente em um veículo que pertenceria a um dos advogados, estacionado próximo à entrada do 8º Distrito. Não haveria familiares na companhia dos advogados.
De acordo com o inquérito policial instaurado no expediente plantonista do 8º Distrito e remetido no dia seguinte à Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), o empresário foi denunciado por moradores no entorno da avenida Dedé Brasil, quando parou o seu veículo para a entrada das duas adolescentes. Ainda segundo o inquérito, os policiais do Ronda do Quarteirão conseguiram localizar o veículo no interior de um motel.
Em depoimento, Gil Bezerra negou que estivesse cometendo crime de exploração sexual (estupro presumível), pois acreditava que a adolescente de 14 anos teria cerca de 20 anos de idade. Em relação à presença da menina de 12 anos, o empresário alegou que não teria percebido a entrada dela em seu veículo.
A delegada Ivana Timbó, titular da Dceca (delegacia especializada nos crimes em que crianças e adolescentes são vítimas), tem um prazo de até 30 dias para enviar o inquérito ao Ministério Público. O prazo foi estendido por mais 20 dias, diante da soltura do acusado.
Ivana Timbó não descartou a possibilidade de ouvir novamente o empresário, como também as duas meninas flagradas em sua companhia. O exame de corpo de delito realizado nas adolescentes apontou que não houve conjunção carnal.