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Desembargador faz críticas

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22.03.2010 Política
Jucid Peixoto defende o trabalho de Inteligência como meio preventivo de combate à criminalidade que avança no Ceará
Em entrevisa exclusiva ao Diário do Nordeste, na tarde de ontem, o desembargador Jucid Peixoto do Amaral defendeu o retorno das atividades do Serviço de Inteligência no combate à criminalidade. Para ele, não basta a existência da Polícia ostensiva. É preciso uma Polícia preventiva, que atue antes que o crime aconteça. O que existe hoje no Ceará é uma Polícia que só chega depois.
Judic Peixoto, que durante mais de 30 anos esteve à frente de varas que julgam homicidas, afirma que, a desativação dos setores de Inteligência na Polícia Militar (nas companhias e batalhões) foi um equívoco, pois aconteceu após a denúncia de envolvimento de alguns de seus membros em supostos grupos de extermínio. Aluguns deles forma julgados, condenados e já cumprem pena. Parte dos acusados foi julgada na Quinta Vara do Júri da capital, onde o magistrado era seu titular antes de ser empossado no cargo de desembargador.
Não adianta ter a melhor Polícia do Mundo, com muitos equipamentos, se não há inteligência para atuar de forma preventiva. Hoje, o bandido sabe até o horário que a viatura do Ronda (do Quarteirão) passa em determinada rua, avenida ou no bairro. Quando a viatura aparece, de longe o bandido está vendo. Onde está a inteligência para combater o crime?, indaga. O magistrado lembra também do importante papel que a sociedade tem no combate à violência. Se não houver o engajamento dos cidadãos, em denunciar os criminosos, não haverá êxito neste trabalho. Mas, é preciso que os órgãos como o tele-denúncia funcionem, pois se o cidadão liga uma vez para denunciar um fato criminoso e este não é investigado ou ninguém o atende, ele (cidadão) não ligará mais.
Promotor
Jucid defende também que este trabalho de engajamento da sociedade com as autoridades, no fornecimento de denúncias, tenha o acompanhamento de um promotor de Justiça e de um delegado.Estes ficariam responsáveis por fiscalizar esta atividade. Eles iriam supervisionar.
O magistrado criticou um fato comum nas ruas de Fortaleza mas que, segundo ele, não é visto em nenhuma outra cidade brasileira; a presença de pedintes, flanelinhas e pessoas suspeitas nos cruzamentos. Esse também é um fator de violência. Acho que a Câmara (Municipal) está omissa, concluiu o desembargador.