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Deputado denuncia morte em clínica

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17.04.2010 política
Edson Silva utilizou o direito da inviolabilidade do deputado para fazer a denúncia que a Justiça impediu de divulgar
O deputado Edson Silva (PSB) reclamou ontem, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, de censura imposta à imprensa por conta de uma morte ocorrida em clínica de estética de Fortaleza. O parlamentar citou o caso de um homem que morreu durante a realização de uma cirurgia plástica e a Justiça impediu a publicação do fato pelas estações de televisão.
De acordo com o parlamentar, a juíza Nádia Maria Frota Pereira, concedeu liminar, proibindo a imprensa de citar o caso da morte de João Amilton Grace, durante um procedimento cirúrgico, numa clínica de estética (ele deu o nome). “Morre um cidadão numa clínica plástica e a Justiça entala a imprensa”, condenou o deputado.
Violência silenciosa
O parlamentar disse que o fato só pôde ser de conhecimento público, porque o seu direito como parlamentar, de se pronunciar sobre qualquer tema, é intocável, por conta da garantia constitucional, ponderando que o fato de a imprensa estar impedida de falar sobre o caso é uma “violência silenciosa” que ninguém deve aceitar.
Segundo afirma o parlamentar, João Amilton Grace, a vítima, se submeteu a uma cirurgia plástica que deveria ser um procedimento normal. Após ser operado, destaca Edson Silva, o paciente teve complicações respiratórias e foi levado a um hospital de verdade, já que a clínica não tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que afirma ser um erro, pois alega que as cirurgias plásticas, como qualquer procedimento cirúrgico, têm seus riscos.
Edson Silva pontua que o paciente já chegou ao hospital com diagnóstico de morte cerebral. O parlamentar pontua que a clínica, onde são feitas cirurgias plásticas, deveria ter uma UTI para socorro emergencial.
Ele informou que já apresentou dois requerimentos, um ao superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas e outro para Conselho Regional de Medicina. O parlamentar quer que a Polícia Civil investigue se houve erro médico.
Já em relação ao Conselho Regional de Medicina, o parlamentar quer saber se as clínicas de estética, que realizam procedimento cirúrgico, podem funcionar sem UTI. Edson ainda solicitou ao Ministério Público para que peça à Justiça o fechamento da clínica.