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Cai exigência por crianças brancas na hora da adoção

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08.08.2010
Quando Reginalva Valente, 44, desistiu dos tratamentos para engravidar e partiu para a adoção, apontou a cor branca como característica da criança que queria a seu lado. Mas ao visitar um abrigo mudou de ideia. Ela conheceu Tiago, um garotinho negro então com dois anos. Ela integra um grupo cada vez maior: o de pessoas que abrem mão de adotar apenas crianças brancas.
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Segundo reportagem de Luiza Bandeira, publicada na edição deste domingo da Folha (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL), a exigência por crianças brancas caiu quase pela metade em um ano e meio. Em 2008, 70% dos quase 13 mil pretendentes só aceitavam filho branco. Neste ano, entre os 28 mil que estão na fila, a percentagem é de 38%.
Atualmente, 29,6% dos que pretendem adotar são indiferentes à cor e 1,93% aceitam apenas crianças negras. Os dados do Conselho Nacional de Justiça, responsável pelo cadastro, mostram uma aproximação da expectativa dos futuros pais com a realidade: 65% das crianças para adoção são negras, pardas, indígenas ou asiáticas.