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Audiência que investiga suposto caso de extorsão praticado por policiais militares é adiada

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A 6ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua adiou, para data ainda não definida, a audiência do processo que investiga suposto caso de extorsão praticado por policiais militares, em Fortaleza. A sessão deveria ter sido realizada nesta terça-feira (18/01), porém a juíza Sandra Elizabete Jorge Landim, que está respondendo pela unidade judiciária, não compareceu por motivo de saúde.
Para a próxima audiência, deverão ser intimadas 13 testemunhas de defesa e seis de acusação. Os três policiais envolvidos no caso, o soldado Elano Ribeiro Freitas, o cabo Francisco Marinho da Silva Queiroz e o sargento Francisco Gilberto da Costa, também serão ouvidos.
O CRIME
Segundo o Ministério Público (MP) estadual, a prática criminosa ocorreu no dia 30 de agosto de 2010, por volta das 10h, quando o soldado Elano Ribeiro e outros quatro policiais invadiram a casa de W.C.L. e W.M.S. O grupo afirmou ter um mandado de busca e apreensão para cumprir, em virtude da denúncia de que na residência do casal havia 10 kg de entorpecentes e um revólver calibre 38.
Mesmo sem apresentar o mandado, os policiais entraram e revistaram a casa. Sem identificar a droga, o soldado Elano intimou W.C.L. a acompanhá-lo à delegacia. O proprietário da casa, no entanto, teria sido conduzido a outro lugar onde um policial se apresentou como delegado e pediu R$ 100 mil. O comerciante disse não ter o dinheiro, mas pediu prazo para vender sua moto e pagar aos policiais o total de R$ 15 mil.
Após o acordo, a vítima foi liberada e procurou a delegacia para denunciar o caso. A Divisão de Inteligência Policial (DIP) foi acionada e uma equipe de policiais armou, com o comerciante, o flagrante do grupo.
À noite, a vítima recebeu ligação do soldado Elano, marcando encontro no estacionamento de uma farmácia, na avenida Francisco Sá, na Capital. Ao chegar lá, W.C.L. foi abordado pelo sargento Gilberto, que cobrou os R$ 15 mil prometidos. O comerciante afirmou que o dinheiro estava sendo levado por outra pessoa.
O sargento foi comunicar o fato ao soldado Elano e ao cabo Marinho, que assistiam à cena a distância. Neste momento, os três foram presos em flagrante pelos policiais da DIP que observavam tudo. Na delegacia, eles negaram ter ido à casa do comerciante e praticado a extorsão. Os demais policiais supostamente envolvidos não foram identificados.
As defesas do soldado Elano e do cabo Marinho, feitas por advogados particulares, e do sargento Gilberto, a cargo do defensor público Bruno Fioro Palhano Melo, negam as acusações. A acusação está a cargo do promotor de Justiça Pedro Casiano Campos de Oliveira.