O Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Júri da Comarca de Fortaleza condenou o advogado Francisco Uicaá Oliveira Paiva a 23 anos de prisão, em regime inicialmente fechado. Ele é acusado de matar a esposa, a enfermeira Maria Liduína Aguiar Freire, durante uma discussão entre o casal, em outubro de 2007.

O julgamento, presidido pelo juiz Antonio Carlos Klein, teve início às 10h e terminou por volta das 19h dessa quarta-feira (20/06). Os jurados acataram a tese da acusação, patrocinada pelo promotor de Justiça Alcides Jorge Evangelista Ferreira e pelo advogado Paulo Pimentel.

O acusado foi condenado por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel) e ainda agravante por crime contra cônjuge.

A defesa, representada pelos advogados Leandro Vasques e Antônio Holanda Cavalcante Neto, recorreu da decisão em plenário. Eles sustentaram a tese de saúde mental perturbada, já que o réu alegou que vinha sendo “dopado” pela esposa.

O CASO

Segundo o Ministério Público do Ceará (MP/CE), o crime foi cometido na residência do casal, no bairro Aldeota, em Fortaleza. No dia do assassinato, após o café da manhã, os dois subiram para o pavimento superior e começaram a discutir.

O motivo seria suposto envolvimento da vítima com um ex-namorado. Inconformado porque ela não respondia às perguntas, Francisco Uicaá desceu até a cozinha e pegou uma faca.

Ao retornar, iniciou a agressão, aplicando vários golpes na esposa. Ela tentou fugir, descendo as escadas, mas foi novamente atingida. A mulher não resistiu aos ferimentos e morreu no local.