28.07.2010 política
Sexta-feira, os advogados cearenses definirão nas urnas os 12 nomes que comporão lista a ser apreciada pelo Conselho Estadual da OAB, da qual sairá o novo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. A sequência é assim, já descontada a consulta de depois de amanhã: os conselheiros votarão em seis dos 12 pleiteantes, remeterão os nomes ao TJCE e este selecionará três. A tarefa final caberá ao governador Cid Gomes (PSB), que, da lista tríplice do Tribunal, escolherá um para o quadro de magistrados. É um procedimento consagrado pela lei. Ainda assim, tem gerado desconfortos. Nos últimos dias, o advogado Fernando Oliveira foi vítima de carta apócrifa – típico jogo rasteiro – que acusava sua postulação de ser irregular. Apesar de o denunciante não se identificar, a OAB se deu ao trabalho de apurar a situação. E não viu problema, ao contrário. Não foi o caso do Ministério Público Federal, que entrou numa seara que não é a sua, já que a Ordem é ente independente da União, e recomendou a impugnação de Fernando. A OAB resistiu à pressão e manteve a inscrição. Mas existe um segredo: quem teria investido contra o candidato, recorrendo à obscuridade para agir e para expô-lo a constrangimentos profissionais? Não se sabe, e talvez isso já nem seja mais importante. O que importa, e preocupa, é o nível raso imposto a um processo do qual a sociedade deveria esperar ética e qualidade.