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Quebrado sigilo de deputado e do filho

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Polícia 18.06.10
O Tribunal de Justiça do Estado determinou, ontem, que a Polícia Civil quebre o sigilo telefônico do atual prefeito do Município de Iguatu (a 384Km de Fortaleza), Agenor Neto; e do pai dele, o deputado estadual José Ilo Alves Dantas. Os dois são suspeitos de terem ordenado o sequestro e prática de tortura contra cinco cidadãos, entre eles, um jornalista, que fazem oposição naquela cidade.
O despacho foi assinado pelo desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, que atendeu ao pedido formulado pelos advogados das vítimas, Leandro Vasques, Alexandre Linhares e Holanda Segundo. No mesmo documento, o desembargador determina que os autos do processo devam ser conduzidos pelo criminalista Leandro Vasques à Delegacia Regional de Iguatu.
Torturas
Em seu despacho, o magistrado afirma que, contra o deputado e o prefeito (pai e filho) “há severos indícios como mandantes dos brutais ilícitos, materialidade indiscutível, executado por membros da Guarda Municipal”. O caso aconteceu na noite de 11 de fevereiro último, quando cinco pessoas, identificadas como Vicente Batista de Araújo Júnior, Valdemir Fernandes Lima, Lucas de Queiroz Fernandes, Valdênio Augusto Freire e Valdeílson Augusto Freire, distribuíam panfletos na cidade de Iguatu. Nos impressos havia a informação de que José Ilo e seu filho estavam sendo investigados por crimes contra o Seguro-Desemprego naquela região.
Os cinco homens acabaram sendo sequestrados e torturados. No inquérito policial instaurado sobre o fato foram indiciados Theogenis Martins Florentino (advogado e chefe de gabinete da Prefeitura de Iguatu), Francisco Aldemir Alves Amorim (secretário-executivo da Prefeitura), Cícero Santiago Alves de Lima (servidor da Prefeitura), Francisco Itaílton Neves, Juliene Bernardo da Silva, Antônio Zilmar da Silva (componentes da Guarda Municipal) e o sargento PM Francisco de Assis Alves Bandeira. Todos vão responder por prática de sequestro e tortura (crimes hediondos).
O desembargador vai analisar, depois, o pedido de prisão para o deputado e o prefeito.