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Policiais acatam ordem judicial e põem fim a greve

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13.08.2009 Página 02
Fabio Marques fabiomarques@opovo.com.br
Depois de 21 dias de paralisação, os policiais civis decidiram em assembleia realizada ontem à noite encerrar a greve. Eles acataram a liminar expedida na quarta-feira passada (5) pelo juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública, Carlos Augusto Gomes Correia.
No início da assembleia, às 18 horas, o presidente do Sindicato, Weudo Queiroz, recebeu uma nova notificação do Tribunal de Justiça, que estabelecia 48 horas para o cumprimento da ordem de suspensão da greve. As delegacias voltam a funcionar normalmente a partir das 8 horas de hoje.
A assembleia acatou por unanimidade a proposta de obedecer à liminar e marcar uma nova reunião para o dia 1º de setembro. Queiroz ressaltou que a data é o prazo estipulado pelos policiais para que seja aberto um canal de negociação com o Governo do Estado. ?A intenção é que o Governo nos receba, já que a existência desse canal de negociação foi um dos pontos para embasar o pedido de suspensão?, diz. Segundo ele, uma nova greve pode ser votada no dia 1º caso não haja negociação.
Outra proposta acatada foi o lançamento do que chamaram de ?Operação Legalidade?. De acordo com Queiroz, os policiais deixariam de realizar tarefas que estivessem fora do determinado por lei para evidenciar os problemas da Polícia Civil. Segundo ele, o baixo efetivo e a falta de estrutura fazem com que inspetores trabalhem como escrivães ou que delegacias funcionem sem delegado.
O superintendente da Polícia Civil, Luís Carlos Dantas, elogiou o fim da paralisação. Quanto à ?Operação Legalidade?, Dantas destacou que é obrigação dos policiais trabalharem dentro da legalidade. ?Se eles perceberem que algo não está não está (de acordo com a Lei) é motivo para que modifiquem?.
Urgência
A greve dos policiais civis foi decretada no dia 23 de julho. Durante esse período, as delegacias funcionaram em sistema de rodízio. A liminar determinando a suspensão da greve teve como argumento o fato de que o trabalho da Polícia Civil é semelhante ao da Polícia Militar (à qual é vetado o direito à greve). Também foi justificada pela urgência do retorno ao trabalho, diante do risco à segurança causado pela paralisação.