Conteúdo da Notícia

Nova versão sobre crime não muda investigações

Ouvir: Nova versão sobre crime não muda investigações

22.01.2010 Polícia
Por Deborah Milhom e Mara Rodrigues
Especial para O Estado
Mesmo com uma nova versão narrada pelo acusado de ter raptado, estuprado e matado a menina Alanis Maria Laurindo, 5, o rumo das investigações não deve mudar. A informação foi repassada ao Jornal O Estado, na noite de ontem, pelo superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas. ?O crime está sendo apurado com sucesso e em breve deve ser encaminhado à Justiça?. A Polícia Civil não trabalha com a possibilidade da participação de outras pessoas no crime. Revelou ainda não ter os resultados dos exames de DNA realizados em Alanis para saber se existe a presença de sêmen do acusado.
Antônio Carlos dos Santos Xavier, o ?Maníaco do Canal? ou ?Casim?, revelou que o rapto da menina seria para extorquir dinheiro de um familiar de Alanis, que estaria devendo R$ 15 mil para os mandantes do crime e negou ter estuprado e matado a criança. A nova versão provocou revolta na família da menina, que negou a vertente apresentada pelo acusado.
A principal testemunha do caso, a vendedora Eliana Silva, pediu proteção policial após registrar um Boletim de Ocorrência (BO) sobre ameaça de morte. Chegou à testemunha a informação de que pessoas passaram apontando para a barraca de lanches onde trabalha no bairro Antônio Bezerra e fizeram ameaças. De acordo com Dantas, o caso está sendo investigado pelo 10o Distrito Policial (DP) naquele bairro.
Já o presidente do inquérito sobre a morte de Alanis Maria e titular do 12o Distrito Policial (DP), delegado Lira Ximenes, em outra ocasião, havia solicitado que as imagens das testemunhas fossem resguardadas, pois elas corriam o risco de serem ameaçadas ou sofrer algum tipo de represália. Ele preferiu não comentar acerca do rumo das investigações.
PROCESSO SEGUE PARA A 2a VARA DO JÚRI
O processo do estupro e assassinato da menina Alanis Maria tramitará na 2a Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua. Apesar da espera pela conclusão do inquérito policial, a Vara acatou o pedido de prisão preventiva de Antônio Carlos dos Santos Xavier. A prisão preventiva do ?Casim? chegou à 2a Vara no último dia 12 de janeiro e foi imediatamente despachada com a decretação da prisão, pela juíza Helena Lúcia Soares, que respondia pela instância no Plantão Judiciário. Junto ao pedido, constava também o depoimento de dez testemunhas e as declarações de reconhecimento de Antônio Carlos feito por elas na delegacia.
A promotora de Justiça da 2a Vara do Júri, Alice Iracema Melo Aragão e o juiz que responde pelas Varas nas férias do juiz titular, Jucid Peixoto do Amaral, afirmaram que trata-se de estupro, homicídio e ocultação de cadáver, o que justifica a tramitação na Vara do Júri.
O caso chegou a ser considerado estupro seguido de morte, o que levaria o caso a ser tramitado em uma Vara Criminal, mas para a promotora, está claro que trata-se de homicídio.
OUTRA ACUSAÇÃO
Foi enviada, no dia 13 de janeiro para o Fórum Clóvis Beviláqua, outra acusação contra Antônio Carlos, desta vez, por receptação, pois quando foi preso estava com um celular que havia roubado e tentava vendê-lo. O acusado teve o pedido de prisão em flagrante acatado pela 4a Vara Criminal. Antônio Carlos responderá aos dois processos.