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NOTAS POLÍTICAS – Por Regina Marshall

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29.04.09
Rui Barbosa dizia que o Supremo Tribunal Federal era um poder ´peculiar´, ´está de vela, na cúpula do Estado´, e guarda a Constituição, para concluir: ´Nem ela, sem ele, nem ele, sem ela, poderiam subsistir´. A história do Supremo é a história do Brasil, nas suas vicissitudes e grandezas, nas glórias e sombras. Em todas as crises brasileiras, o Supremo foi envolvido. E agora, em razão de um bate-boca entre dois dos seus ministros, analistas de plantão fazem o mundo cair. Na Constituição de 88, o Congresso conferiu ao judiciário poderes maiores que os seus, tal a confiança que lhe merece.
Mas vemos sobre o STF críticas sem sentido. Lembram João Mangabeira, injusto uma vez quando disse que o Supremo foi ´o poder que mais falhou à República´. Ele estava ainda com as cicatrizes de mais de 100 dias de prisão. Ora, o STF já completou mais de 108 anos. Vive em instantes de glória, com a grande missão de interpretar e consagrar o espírito da Constituição. O bate-boca entre Joaquim Barbosa e o presidente da Corte, Gilmar Mendes, mesmo áspero, morreu no nascedouro. Foi um acidente de trabalho. Afinal, não são infalíveis. Desentendimentos internos ocorrem, às vezes aperfeiçoam falhas.