Fortaleza 04.09.2010
Cerca de 30 mulheres do movimento Chiquinha Gonzaga protestaram na tarde de ontem pelo cumprimento da Lei Maria da Penha por parte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A manifestação ocorreu na sede da Secretaria, localizada na avenida Bezerra de Meneses.
Com carro de som, faixa e bandeiras da Central de Movimentos Populares (CMP), o grupo de mulheres e crianças bloqueou uma das entradas de veículos da Secretaria da Segurança Pública. No fim da tarde, quatro mulheres foram recebidas pelo secretário Roberto Monteiro.
De acordo com Erivânia Pereira, da coordenação do movimento Chiquinha Gonzaga, apesar do aumento na quantidade de denúncias de violência doméstica contra a mulher no Ceará, o número de mortes não diminuiu. ?São muitos os casos de boletim de ocorrência registrados sem a punição do agressor. Isso mostra a dívida que o Estado tem com essas mulheres?, destacou Erivânia.
Em Fortaleza, uma mulher vítima de violência doméstica teve sua casa queimada pelo ex-parceiro no último sábado, dia 28. Apesar dos dois boletins de ocorrência, de medida de proteção e de pedido de perícia criminal em mãos, o agressor continua em liberdade.
?Dessa vez foi tirado um patrimônio que conquistei com sacrifício. A qualquer momento pode ser a minha vida?, alerta a vítima, presente na manifestação de ontem na sede da Secretaria da Segurança.
De acordo com a coordenação do movimento, ficaram acordadas com o secretário Roberto Monteiro reuniões com delegados e policiais do Ronda do Quarteirão, na tentativa de melhorar o atendimento às vítimas de violência doméstica.
Por meio da assessoria de imprensa, a SSPDS citou as sete delegacias especializadas no combate à violência contra a mulher em todo o Estado e informou que os policiais do Ronda do Quarteirão recebem treinamento específico sobre a Lei Maria da Penha.
(Thiago Mendes)
E-Mais
A Lei Maria da Penha (11.340/06) foi criada em 7 de agosto de 2006 e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Maria da Penha é a cearense que foi vítima de um caso de violência doméstica. Em 1983, por duas vezes, seu marido tentou assassiná-la. A homenagem ocorreu por sua luta pela condenação do ex-marido.