O Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) pretende zerar a fila de espera por exames de DNA (que começou há nove anos) até o mês de agosto. A informação é do coordenador do teste de Investigação de Paternidade do Lacen, Danúbio Andrade. Segundo ele, a nova estrutura do laboratório de Biologia Molecular proporcionou uma celeridade muito maior aos casos de comprovação de paternidade, pois ampliou o número de exames mensais oferecidos gratuitamente às famílias de baixa renda de 55 para 400. A reforma fez a fila de espera cair drasticamente, segundo o coordenador.
Já foram realizados este ano, cerca de mil exames de DNA, o que tem dado maior dinâmica também ao trabalho das Varas de Família da Capital, já que a comprovação de paternidade é um dos principais entraves para o andamento de processos dessa natureza pela escassez de oferta do serviço laboratorial. A conquista só foi alcançada graças a uma intensa atuação do Tribunal de Justiça do Ceará que recebeu apoio da Secretaria de Saúde do Estado para aperfeiçoar o mencionado serviço.
Depois do entendimento, a gestão estadual promoveu a reforma do laboratório de Biologia Molecular que custou aos cofres públicos um investimento de aproximadamente 1 milhão de reais. A medida proporcionou o aumento do número de exames e a melhoria na precisão dos resultados. Segundo o coordenador do teste, Danúbio Andrade, embora haja a possibilidade de se recorrer do resultado de um exame, tal procedimento ainda não aconteceu, devido à precisão da análise.
Os exames de DNA, que confirmam ou não a paternidade, são realizados com a coleta de amostra genética em células bucais e também amostragem de sangue de um dos dedos do pai e do filho. O coordenador do teste informa que quando há alguma dúvida das partes, o exame é refeito com o material já coletado anteriormente na contraprova.
Danúbio calcula que este ano três mil exames estavam à espera de resultados, mas garante que, até o mês de agosto, mais duas mil averiguações serão feitas o que propiciará o andamento normal dos trabalhos. Este fato deve ser comemorado, segundo o juiz Clécio Aguiar de Magalhães, auxiliar das Varas Cíveis, de Família, de Sucessões e de Infância e Adolescência, porque o andamento processual dos casos de Investigação de Paternidade depende da realização do exame, beneficiando àquelas pessoas que não têm condições de pagar o teste de DNA, que custa, em média, nos laboratórios privados, R$ 330,00.