A juíza Christianne Braga Magalhães Cabral, em respondência pela 3ª Vara do Júri de Fortaleza, decidiu que Sam Michel Alberto de Oliveira, acusado de matar a namorada, a universitária Lara Cibele Silva Anastácio, deve ser levado a júri popular. De acordo com a sentença de pronúncia, proferida nessa segunda-feira (19/01), ele responderá por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e por fraude processual.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MP/CE), no dia 3 de julho de 2014, por volta das 7h, o acusado foi buscar a namorada na casa dela, como de costume, para levá-la à faculdade. No caminho, porém, desviou do percurso e estacionou o veículo em uma rua pouco movimentada, no bairro Cambeba. Em seguida, sacou uma arma e efetuou dois disparos no rosto da vítima, que faleceu no local.

Conforme testemunhas ouvidas no processo (nº 0778106-02.2014.8.06.0001), o acusado, na época com 23 anos, e a vítima, então com 19 anos, mantinham relacionamento desde 2011. Os depoimentos narram que eles tinham brigas frequentes e já haviam rompido várias vezes, por conta de ciúmes do rapaz, que desconfiava da amizade de Lara com um ex-namorado. Poucos dias antes do crime, a jovem teria novamente terminado o namoro, atitude que teria causado revolta em Sam Michel.

Ainda segundo o processo, após cometer o homicídio, o acusado atirou contra si próprio, de raspão, para simular que ele e a namorada teriam sido vítimas de tentativa de assalto. Durante a investigação policial, no entanto, foram apontados indícios da autoria de Sam Michel e, em 11 de julho de 2014, ele teve a prisão temporária decretada. O réu acabou confessando o delito no interrogatório prestado em juízo, mas alegou que não pretendia matá-la, apenas ameaçar. Também disse que só atirou porque Lara Cibele reagiu e tentou derrubar a arma.

Além do homicídio, Sam Michel será julgado pelo crime de fraude processual, por ter se autolesionado, “visando alterar a cena do crime na tentativa de dificultar a apuração da verdade dos fatos”. A magistrada determinou que o acusado deverá permanecer preso até a data do julgamento, não podendo recorrer da decisão de pronúncia em liberdade.