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Idéias: Conciliação

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27.09.2009 Opinião Pág. 02
Passamos uns três anos fazendo conciliação. Saímos porque entenderam de notificar apenas os advogados pelo Diário da Justiça e não as partes por telefone, como antes era feito. Então, íamos para lá três vezes por semana e nada tínhamos a fazer porque ninguém comparecia às audiências designadas. Passamos a tarde olhando para as paredes. Chamamos a atenção de coordenadoria da época para que fosse posto em prática o sistema anterior de intimação das partes e dos advogados por cartas e por telefonemas. Apesar de havermos apontado para o fato de que a conciliação não é bem vista por certos advogados, nenhuma providência foi tomada. Daí a razão por que nos afastamos, pois, por cada acordo que fazíamos, tínhamos o prazer de estar servindo não aos homens, e sim a Deus. Tentamos também conseguir pelo menos a dispensa do desconto da taxa da providência dos juízes aposentados, enquanto bem servissem ao respectivo serviço. Sabíamos que o Imposto de Renda “engolia” dois terços do seu valor. Porém, servia de “isca” para os atrair a fim de que nunca faltassem às audiências e jamais “morresse” a conciliação. Infelizmente, não fomos bem entendido, caindo nas coisas que o tempo levou o pedido sem direito sequer a recurso. Sim, porque não houve despacho sequer denegatório. Nosso entusiasmo foi tanto que escrevemos a monografia intitulada Manual do Conciliador, graças ao apoio que nos deu o então presidente desembargador Luis Ximenes Rocha. Não sabemos por que sempre houve certo desânimo para com a conciliação. No entanto, ela é como se fosse uma instância única, através da qual se encerram querelas e inimizades, restabelecendo a paz, inclusive para o espírito de quem a faz. Enfim, reflui e avança, no sentido de concretizar o sonho de todas as pessoas que em se dando às mãos, vão ao encontro dos desígnios de Deus. Temos ciência que o Conselho Nacional de Justiça está lutando para que não venha a conciliação perder aquela força que teve quando da sua implantação. É ela a verdadeira justiça de Deus. Por isso mesmo, o impulso que vem tomando deve ser em razão de interferência de Jesus Cristo, o seu grande criador.
Edgar Carlos de Amorim – Escritor