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Guarda que matou namorada pega 21 anos e 9 meses

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11.08.2010 Página 02
Finalizado ontem à noite, o julgamento de Sávio Paiva Torres durou oito horas. Ele alegou descontrole – no que foi rebatido pela acusação. A defesa antecipou que vai recorrer da sentença
Tiago Braga
O guarda municipal Francisco Sávio Paiva Torres, 27, foi condenado a 21 anos e nove meses de prisão por ter matado a namorada grávida com golpes de cassetete, em novembro de 2008. Ele responderá pelos crimes de homicídio qualificado e aborto provocado por terceiro. O julgamento, realizado ontem, durou cerca de oito horas.
Ao ser interrogado, o guarda afirmou que matou a namorada após uma discussão. Ela teria dado dois tapas nele e dito que o filho era de outro. ?Na hora em que você é agredido, você perde o controle. Não consegue perceber mais nada?, disse. O resultado do teste de paternidade só saiu há cerca de um mês. Sávio é o pai.
O guarda afirmou ainda que, até aquele dia, nunca havia agredido a namorada. ?Nunca tinha acontecido entre nós dois um fato desses?. A acusação, representada pelo promotor de Justiça Humberto Ibiapina, rebateu a informação. Segundo testemunhas, Sávio seria ciumento e já teria quebrado o celular da namorada por suspeitar de uma ligação.
À época do crime, Suhelen Costa Rebouças tinha 23 anos e estava grávida de dois meses. Ela estava morando com o namorado, na casa dos pais dele, no Conjunto Ceará. Foi no quarto do casal que o corpo de Suhelen foi encontrado pela Polícia. O promotor de Justiça mostrou aos jurados fotos da cena do crime. ?A violência da pancada foi tão grande que ela deslocou a coluna, quebrou o pescoço?, descreveu.
A família de Suhelen assistiu ao julgamento na primeira fila. O pai, Gilberto Rebouças, preferiu não comentar sobre a sentença dada pelo juiz. ?É melhor eu me recompor primeiro. É uma história muito pesada.? Suhelen era aluna da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, o antigo Cefet.
Francisco Sávio ficará detido no Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira (IPPOO) II, em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ele responderá aos crimes em regime fechado. A defesa diz que vai recorrer.