Ceará Pág. 11 21.10.2009
Os comerciantes da Feira da Sé transferidos para Maracanaú em maio deste ano movimentaram ontem as ruas do município protestando contra a ameaça de perderem o local de trabalho, ao lado do Shopping Feira Center, no bairro Jereissati I. Em passeata, os feirantes foram à sede da Câmara Municipal pedir apoio dos vereadores para que não sejam retirados da área.
Conforme disseram, a administração do Feira Center anunciou que irá desativar o empreendimento e, com isso, já havia começado a proibir a utilização da estrutura do shopping pelos vendedores e seus clientes, prejudicando o funcionamento da feira. A administração também estava deixando de receber o pagamento da taxa mensal de R$ 20, prevista na época da instalação deles no local, e fazendo a retirada de barracas da área de comercialização, alegando que estariam inadimplentes.
Pelo menos por enquanto, porém, a feira deve continuar funcionando no local da mesma forma como foi acordada. De posse de uma liminar concedida pelo juiz Jurandy Porto Rosa Júnior, da 2ª vara da Comarca de Maracanaú, o advogado Carlos Castro, que representa os feirantes, esteve reunido com os comerciantes ontem à tarde após a manifestação. Na área da feira, para onde já haviam retornado após o protesto, Castro e vereadores que deram apoio aos manifestantes explicaram que o juiz assegurou temporariamente a continuidade da feira nos dias e horários previstos, levando em conta a validade do contrato que permitiu a instalação do comércio no local. A mudança da Feira da Sé de Fortaleza para o empreendimento foi possível a partir de um acordo firmado entre a Prefeitura de Maracanaú, Associação dos Feirantes da Sé (AFS) e Sil Investimentos Imobiliários, empresa que administra o Shopping Feira Center.
Parcelas
O convênio prevê que, além da taxa para a Sil, o mesmo valor deverá ser pago à AFS. Ambas, no entanto, em parcelas semanais de R$ 5. De acordo com Simão Furtado, presidente da AFS, 985 feirantes trabalham no local todos os dias, mas no espaço da feira estão instaladas uma média de 2.253 barracas. A comerciante Francisca Roseni Rodrigues de Brito disse que, mesmo estando em dia com o pagamento das taxas exigidas, teve sua barraca retirada e levada para a parte de trás do shopping. Ao saber da liminar garantindo o funcionamento da feira, foi em busca da barraca com a ajuda do marido e de uma companheira de feira.