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Começa julgamento de jovem acusada de matar a mãe

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16.12.2009 Página 02
A universitária Lara França Rocha negou, durante seu julgamento, ter sido responsável pelo incêndio que matou sua mãe adotiva em julho do ano passado. Caso adentrou a noite de ontem
“O que posso assegurar é que não fui eu“. Com essas palavras, a universitária Lara França Rocha, 22, negou durante seu julgamento na tarde de ontem, no Fórum Clóvis Beviláqua, ter ateado fogo na mãe adotiva, Iracema Carvalho Lima, 78, na madrugada do dia 23 de julho do ano passado. Ela afirmou que dona Iracema tinha depressão e seus advogados de defesa apresentaram a versão de suicídio, sustentada por Lara.
O depoimento contraria a confissão assinada pela jovem durante o inquérito policial em agosto do ano passado, quando o crime foi narrado em detalhes. Até o fechamento desta edição, o resultado do julgamento não havia sido anunciado.
O Ministério Público, por sua vez, pedia ao Júri a condenação de Lara por homício triplamente qualificado, quando é executado de modo cruel, por motivo torpe e sem dar chance de defesa. “Está aí uma coisa de que temos certeza é que Lara é responsável pelo crime“, garantiu a promotora titular da 3ª Vara do Júri, Joseana França.
Oito testemunhas foram apresentadas pela Promotoria, enquanto nenhuma foi apresentada em defesa de Lara. Conforme a acusação do Ministério Público, Lara teria derramado gasolina na casa de dona Iracema e ateado fogo em seguida.
Lara assistiu cabisbaixa a todos os depoimentos das testemunhas e à acusação. Durante seu depoimento, não demonstrou emoção e enfatizou que tinha um bom relacionamento com a madrinha ou “dinda“, como se referia à mãe adotiva, com quem morava desde os oito anos de idade, após a morte da mãe biológica.
Ela se negou a responder as questões elaboradas pelo Ministério Público, respondendo apenas às questões realizadas pelos advogados de defesa.
O julgamento teve início às 13h45min e adentrou a noite. Presidido pelo juiz da 3ª Vara do Júri, José de Castro Andrade, o julgamento seguiu com tranquilidade. No entanto, familiares e amigos de dona Iracema vestiam camisa padronizada pedindo justiça. “Iracema era uma pessoa alegre, que gostava muito de fazer amizade“, disse uma cunhada da vítima.